
Pequenos empreendedores que querem investir na venda de cafés especiais em Goiânia têm uma janela aberta de oportunidades a explorar, e um mercado que está longe da saturação. É o que diz Pablo Jaime, um professor de História e de Filosofia que abandonou a sala de aula há 11 anos para abrir a Estação 14, uma cafeteria em frente ao Parque Areião. “Existe a moda e a tendência. As cafeterias e os cafés especiais são tendência. A gente vê um boom de cafeterias em vários espaços, mas a tendência ainda é de crescimento”, afirma Pablo.
O ex-professor, de 39 anos, é um dos palestrantes convidados para se apresentar na Feira do Empreendedor do Sebrae, que começou nesta quarta-feira (29) e vai até o dia 1º de novembro, no Centro de Convenções da Capital. Um dos atrativos da feira é o “Caminhão de Tendências”, que terá especialistas falando sobre nichos específicos de mercado. Além dos cafés especiais (tema do sábado, 16 horas), haverá debates sobre pet-shops, serviços de maquiagem e academias, entre outros.
Pablo afirma que o atrativo mais importante de uma cafeteira deve ser o ambiente, e é na decoração que o investimento será maior. “Pesquisa recente que fala que layout de cafeteria e o atrativo número 1, o número 2 é o cardápio”, afirma Pablo. E, para fazer um cardápio harmonizado e interessante, o empresário afirma é fundamental oferecer um café de alta qualidade.
“Se você traz um produto de melhor, você sai do café habitualmente amargo e com gosto de óleo queimado (porque passou por uma torra excessiva). Com um café de melhor qualidade, com aromas frutados ou doces por exemplo, a possibilidade é a de fazer uma mixologia maior”, explica Pablo. “Dá para harmonizar com panificadora, doces, oferecer como acompanhamento de luxo em restaurantes e bares. Deixa de ser aquele cafezinho padrão que todo empreendedor oferece”.
Pablo afirma que, para abrir uma boa cafeteria, o investimento inicial é de aproximadamente R$ 130 mil, para um estabelecimento com 12 horas de operação. Esse estabelecimento vai gerar, em média, de quatro a cinco postos de trabalho. “Cabe também chamar atenção para importância de se ter capital de giro, com valor equivalente a pelo menos dois meses de receita”, alerta o empresário.
As possibilidades para se diferenciar no mercado também são inúmeras. Na palestra que fará na Feira do Empreendedor, Pablo apresentará algumas: “o empreendedor pode criar conteúdo informativo, como podcasts, market places próprios e clubes de assinaturas, por exemplo. É fundamental que ele faça investimento no marketing, na captação de leads, na fidelização de clientes, na abertura de canais de venda digitais, e na promoção de coffee life style, comercializando de bonés, xícaras personalizados, chaveiros, quadros”, sugere.
Comportamento do consumidor
Pablo aponta uma série de vantagens para o empreendedor que quer atuar no mercado de cafés especiais. A primeira é a de que essa bebida está presente em praticamente todos os lares brasileiros. A segunda é a de que o Brasil é disparado o maior produtor do grão no mundo, o que diminui barreiras logísticas e o custo de acesso à matéria-prima. Mas é preciso estar atento às mudanças no comportamento do consumidor.
“O café não é uma bebida nova, mas o contexto do consumo hoje é diferente. De décadas para cá, a gente percebe que o café começou a ser visto como um alimento, e isso muda tudo. As pessoas estão cada vez mais curiosas a respeito do café, e isso é um sintoma de que a sociedade está ficando mais atenta. Ser mais atenta significa que ela vai buscar mais informações sobre o produto que consome, pra se sentir mais segura e confiante. De onde vem meu café? O que está misturado nele? Isso muda tudo”, afirma ele.
