 
 
Larissa Guimarães tinha 21 anos e estava no sétimo período do curso de arquitetura quando largou a faculdade, que lhe frustrava, e comprou R$ 200 em produtos de maquiagem para revender. As primeiras clientes dela foram as amigas e familiares que moram em Caçu. Em uma semana, Larissa girou o estoque e comprou mais mercadoria. Em quatro meses, já atendia em sete cidades. Em quatro anos, trocou os cômodos de casa por uma sala comercial. Três meses depois, abriu um espaço ainda maior. Hoje ela tem três lojas físicas em Goiânia e um e-commerce consolidado, que responde por 80% do faturamento dela. A perspectiva para 2026 é de expansão da rede e de aumento de 30% no faturamento.
 
 
Esse é um resumo do que a empresária vai contar na Feira do Empreendedor do Sebrae, que acontece entre os dias 29 de outubro e 1º de novembro no Centro de Convenções da Capital. Nessa edição, o Sebrae convidou empresários para discutir as principais tendências em nichos que estão em franca expansão, como o de maquiagem (que Larissa representa), o de academias, de pet shops e o de cafés especiais.
 
 
Após sete anos como mulher de negócios, Larissa tem uma leitura clara do mercado em que atua. “Inexplorado ele não está, mas também não está saturado. Hoje existem muitas lojas que vendem produtos de maquiagem, mas poucas oferecem atendimento de qualidade. Por não conhecer bem a mercadoria, as pessoas vendem algo inadequado, deixam a cliente frustrada e a cliente não volta mais”, afirma.
 
O mais importante para quem está começando no ramo, na visão de Larissa, é adquirir conhecimento – algo que vale não só para a área dela, mas para praticamente todas. “Não basta vender, tem que ser assertivo. No meu começo, eu não tinha nem como testar os produtos, porque sairia caro abrir uma unidade de cada um. Então recorri a vídeos no Youtube e ouvi outras pessoas que já haviam feito testes. Eu dei meus pulos”.
 
 
Pandemia
A pandemia foi um momento desafiador para ela. Não só pelos riscos que a Covid-19 representava, como também pelo fato de ser uma empresária em começo de carreira.
 
Entre 2018 e 2019, a empresária se dividia entre eventos de divulgação e visitas a empresas, no horário de almoço. Foi um começo promissor, que lhe rendeu um salto imediato de 30% na receita. Mas veio, então, o isolamento social, que a obrigou a interromper os eventos. Larissa ficou preocupada. No entanto, o que parecia ser um labirinto sem saída se revelou, logo depois, um novo caminho a seguir.
 
“Muita gente perdeu o emprego e teve a renda comprometida. Começaram a me perguntar onde eu estava comprando aquela maquiagem porque queriam vender também, e aí eu resolvi investir no ramo atacadista. Esse foi o meu foco até 2022. Quando a circulação de pessoas voltou, abrimos a loja de varejo, a “Maquiada”. Hoje empregamos 14 pessoas, tanto na ‘Maquiada’ quanto na atacadista VDM. E eu tenho uma sócia, que acreditou em mim: minha mãe”, conta Larissa.
 
 
As lojas ficam no Jardim América, Jardim Bela Vista e Jardim Vitória. Ela atende um público com poder aquisitivo menor, o que não significa que seja uma clientela disposta a comprar produtos ruins. “As pessoas, independente da classe social, estão cada vez mais exigentes. Algumas inclusive se programam financeiramente para investir em itens de melhor qualidade”, afirma ela.
 
Outras tendências de mercado estão claras para ela: a primeira é a de que se exige, das marcas, um comportamento cada vez mais alinhado com o conceito de sustentabilidade ambiental. “Marcas que fazem testes em animais estão perdendo espaço”, avisa.
 
Larissa hoje vende produtos as principais influenciadoras tratam de tornar “hypados”, como a Vizzela, da goiana Thays Jubé. A Vizzela é uma marca de hipoalergênicos que não realiza testes em animais. Mas está no radar a empresária ter uma marca própria, voltada para os produtos de cuidado corporal: “só que isso no médio prazo, porque nosso foco agora está na expansão física”, completa.
