A aproximação do senador Vanderlan Cardoso (PSD) com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nos últimos meses é interpretada, no meio político, como uma aposta do parlamentar para a sua candidatura ao governo de Goiás em 2022. Desde o rompimento do governador Ronaldo Caiado (DEM) com o chefe do Executivo nacional, no final do mês de março, o senador intensificou sua defesa a Jair e à parte das medidas defendidas pela família Bolsonaro em relação ao combate ao coronavírus no Brasil.
A estratégia de Vanderlan seria ocupar o espaço deixado por Caiado, que era o governador mais próximo ao presidente e, assim, agregar em sua base o eleitorado bolsonarista, cujo número, apesar de ter tido uma relevante queda desde as eleições, ainda soma 30% de entusiastas fiéis em relação ao quadro geral de eleitores. Assim, ele sairia na frente na frente na polarização com o democrata, especialmente nas redes sociais, onde Caiado se tornou alvo dos bolsonaristas após o rompimento.
Evangélico e empresário, Vanderlan transita bem nos dois meios onde Bolsonaro ainda é forte. São os empresários os maiores interessados, por exemplo, no fim do isolamento social e na volta das atividades comerciais. Mas a jogada do senador é arriscada, porque ainda não se sabe como o presidente sairá dessa crise. Na últimas semanas, Bolsonaro ampliou o leque de críticos e oposicionistas à sua gestão devido às declarações e atitudes que tem tomado em relação ao combate à epidemia. Governadores de Estados importantes e os presidentes da Câmara Federal e do Senado, Rodrigo Maia (DEM) e Davi Alcolumbre (DEM), estão entre os que tem batido de frente com o presidente.
Outro fator de incerteza é o saldo de vítimas que a doença vai deixar no país.