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Estrutura precária e preços abusivos marcam início da Cúpula de Líderes da COP-30 em Belém
Publicado em 07/11/2025 10:05
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Banheiros sem água, internet instável e brigadeiro a R$ 20 expõem contraste entre discurso climático e realidade da conferência

A Cúpula dos Líderes, que antecede oficialmente a COP-30, começou nesta quinta-feira (6) em Belém (PA) cercada de discursos sobre sustentabilidade, mas o que se viu nos bastidores foi um cenário de infraestrutura precária, falhas técnicas e preços exorbitantes.

 

No espaço conhecido como Zona Azul, onde estão as delegações e os pavilhões oficiais, banheiros ficaram sem água, tomadas não funcionavam e a conexão de internet falhava durante o primeiro dia do evento. Técnicos circulavam apressados tentando resolver os problemas enquanto autoridades estrangeiras desembarcavam na capital paraense.

 

Segundo o secretário do governo federal para a COP-30, Valter Correia, as obras em andamento “não são estruturais” e os ajustes seriam “detalhes previstos”, como pintura e instalação de equipamentos. A previsão é que as correções sejam concluídas apenas no fim de semana, a conferência começa oficialmente na segunda-feira (10).

 

“Teste de uso” e justificativas oficiais

Correia classificou as falhas como “parte do processo” e chegou a afirmar que o evento dos líderes funcionaria como um teste prático da estrutura. “São pequenos ajustes que ao longo do dia de hoje a gente resolve. Não vejo isso como problema”, disse o secretário, ligado à Casa Civil.

 

 

Mesmo assim, a precariedade chamou a atenção de participantes e jornalistas. No centro de mídia, parte das televisões instaladas para transmitir a recepção dos chefes de Estado não funcionava.

 

Brigadeiro a R$ 20 e café a R$ 35

Além da falta de estrutura, os preços dos alimentos dentro da COP também geraram críticas. Para consumir no local, os visitantes precisam fazer um cartão próprio, semelhante ao de festas privadas, e carregá-lo com valores altos.

 

Entre os itens disponíveis, os preços variam de R$ 20 por um brigadeiro a R$ 70 por um strogonoff de palmito. Até a água mineral custa R$ 25. Em um dos quiosques, a venda de cafés chegou a ser suspensa por falta de energia elétrica.

 

Tabela de preços na Zona Azul:

 

 

Brigadeiro: R$ 20

 

Fatia de bolo de cenoura ou chocolate: R$ 40

 

Refrigerante: R$ 25

 

Água: R$ 25

 

 

Café: R$ 30 a R$ 35

 

Caldos: R$ 60

 

Strogonoff de palmito: R$ 70

 

Enquanto isso, na área reservada à imprensa, pão de queijo, café e água eram servidos gratuitamente, em contraste com o restante do espaço.

 

 

Contradições e protestos

Do lado de fora, ciclistas com painéis volantes protestaram cobrando que o presidente Lula “lidere um futuro sem combustíveis fósseis”, em referência à contradição entre o discurso ambientalista e a defesa da exploração de petróleo na Margem Equatorial.

 

O governo federal insiste que as obras principais foram concluídas e que o cronograma está dentro do previsto. Mas as imagens de banheiros sem água e filas por energia elétrica contrastam com o discurso de eficiência e sustentabilidade que o Brasil promete exibir ao mundo.

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