
Com R$ 876 milhões reservados para propaganda em 2025, Planalto prioriza publicidade e órgãos essenciais sofrem com falta de verba
O governo Lula (PT) vai gastar R$ 876 milhões com comunicação institucional em 2025, um aumento de R$ 116 milhões em relação a 2024.
 
É o maior orçamento da Secretaria de Comunicação (Secom) desde 2017 e, coincidentemente, às vésperas do ano eleitoral.
 
 
Como explicar um gasto dessa proporção diante de um cenário de cortes anunciados em outras áreas? Só o INSS, por exemplo, perdeu R$ 190 milhões, o que pode afetar o pagamento de benefícios.
 
A Polícia Federal por sua vez, ainda busca R$ 97,5 milhões para emitir passaportes.
 
Em nota, o governo diz que o aumento serve para “garantir o acesso da população aos serviços públicos” e divulgar novos programas. Mas na prática, o que acontece? O dinheiro vai bancar campanhas publicitárias e ações digitais. Só a conta de publicidade custa R$ 562 milhões, distribuídos entre quatro agências. Campanhas como “Brasil Soberano” e “Gás do Povo” já consumiram R$ 85 milhões e R$ 30 milhões, respectivamente.
 
Desde que Sidônio Palmeira assumiu a Secom, a estratégia mudou: mais anúncios na internet, contratação de influenciadores e vídeos de apelo popular. O governo quer produzir 3 mil vídeos por ano, incluindo formatos virais e podcasts.
 
 
 
A Secom alega que não houve “alteração substancial” no orçamento, mas os números mostram o contrário. O governo também prepara um novo contrato de R$ 100 milhões anuais para comunicação digital.
 
Segundo a comunicação do Lula, “a legislação determina dar amplo conhecimento à sociedade das políticas e programas do Poder Executivo federal”.
