
O ex-diretor administrativo da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia, Itallo Moreira, foi um dos alvos da oitava fase da Operação Overclean, deflagrada nesta sexta-feira (31) pela Polícia Federal (PF). Ele é acusado de participação em um esquema de fraudes e desvios de recursos públicos, e já é investigado desde a primeira etapa da ação. Nesta data, os policiais cumpriram cinco mandados de busca e apreensão em Brasília (DF), São Paulo (SP), Palmas (TO) e Gurupi (TO). Duas pessoas foram presas por obstrução às investigações, que também seria o mote desse novo passo.
As pessoas detidas na operação são Danilo Pinto da Silva e Éder Martins Fernandes, ex-secretário-executivo de Educação do Tocantins. Já os demais alvos, entre eles Itallo, são: Claudinei Aparecido Quaresemin, ex-secretário extraordinário de Parcerias e Investimentos de Tocantins; e Luiz Cláudio Freire de Souza França, advogado e Secretário-geral do Podemos.
A ação investiga um esquema de corrupção que envolvia fraudes em licitações e superfaturamento de contratos públicos, movimentando cerca de R$ 1,4 bilhão. Os desvios ocorriam principalmente por meio de emendas parlamentares destinadas a obras e serviços públicos, beneficiando empresas ligadas ao grupo criminoso. Itallo teria envolvimento operacional no direcionamento de contratos e prestação de contas fraudulentas.
Conforme apurado pelo Metrópoles, contudo, os alvos dessa fase também atuariam para vigiar a Superintendência da Polícia Federal no Tocantins. Eles articulavam para identificar potenciais diligências, deslocamento de equipes ou início de operações.
O Mais Goiás mantém o espaço aberto para as defesas dos citados, caso haja interesse.
Itallo e a primeira fase
Itallo foi alvo de mandado de prisão expedido no âmbito da primeira fase da Operação Overclean, deflagrada em 10 de dezembro de 2024, época em que foi exonerado. Em fevereiro deste ano, ele se apresentou à Superintendência Regional da Polícia Federal no Tocantins.
De acordo com as investigações, Itallo, que já ocupou cargos comissionados na Secretaria de Educação do Tocantins, utilizou sua posição para favorecer empresas ligadas ao empresário Alex Parente, apontado como líder da organização criminosa. Em troca, ele teria recebido vantagens ilícitas, incluindo transferências que somam pelo menos R$ 172.590,00 para contas indicadas por ele, utilizando intermediários para ocultar a origem dos valores.
À época, a PF reuniu provas que incluem trocas de mensagens entre Ítallo e Alex Parente, nas quais eram repassadas informações bancárias para a movimentação do dinheiro desviado. O ex-diretor apagava as mensagens logo após a confirmação do recebimento, dificultando o rastreamento das transações fraudulentas.
