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Governo federal anuncia reforço das forças de segurança no Rio após megaoperação
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 30/10/2025 18:10
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Em meio à repercussão da operação policial mais letal da história do estado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou nesta quarta-feira (29) um conjunto de medidas para reforçar o combate ao crime organizado no Rio de Janeiro. Ao lado do governador Cláudio Castro (PL), o ministro afirmou que haverá aumento no efetivo da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), além da implementação de um escritório emergencial para articulação de ações conjuntas entre as esferas federal e estadual.

 

As medidas foram anunciadas dois dias após a deflagração da Operação Contenção, que envolveu cerca de 2,5 mil agentes e terminou com 119 mortos, entre eles quatro policiais. O objetivo, segundo as autoridades, era desarticular estruturas do Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão.

 

 

“O estado ganhará reforço imediato no efetivo das forças federais. Vamos ampliar a presença da Força Nacional e da PRF, além de enviar profissionais especializados para auxiliar nas investigações”, declarou Lewandowski.

 

O ministro destacou ainda que será criado um escritório emergencial de combate ao crime organizado, que funcionará como um fórum permanente de diálogo entre os entes federativos, com foco em ações integradas e decisões rápidas diante de crises de segurança pública.

 

 

A decisão ocorre em um momento de forte pressão sobre o governo federal para adotar uma postura mais ativa no enfrentamento ao avanço de facções criminosas no país. Durante a coletiva, Cláudio Castro afirmou que a união entre as esferas de governo representa uma “grande oportunidade” para enfrentar a criminalidade de maneira mais eficaz.

 

“Independente de erros ou acertos, saímos daqui hoje com uma grande oportunidade”, afirmou o governador. “Esse escritório pode ser o início de uma nova forma de agir, sem burocracia e com foco no resultado.”

 

Lewandowski detalhou que o fórum funcionará com base no compartilhamento de informações e operações articuladas. “Decisões precisam ser tomadas com rapidez, e esse é o espírito da iniciativa”, completou.

 

 

A megaoperação realizada na terça-feira (28) reacendeu o debate sobre a segurança pública no país e gerou críticas de parlamentares e entidades de direitos humanos. O número de mortos, ainda sendo revisado pelas autoridades, já supera os 100 suspeitos, além dos policiais civis e militares mortos em confronto.

 

A ação também tem sido alvo de questionamentos no Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da ADPF 635, que trata da letalidade policial nas favelas do Rio. O ministro Alexandre de Moraes convocou uma audiência para o dia 3 de novembro, na qual o governo do estado deverá apresentar detalhes da operação.

 

 

 

Enquanto isso, a gestão federal tenta equilibrar a resposta ao crime organizado com as diretrizes constitucionais e preocupações com abusos.

 

A expectativa do governo é que, com o escritório emergencial e o reforço de efetivos, o Rio de Janeiro possa manter ações de repressão ao crime com mais estrutura e coordenação. Profissionais de outros estados também serão mobilizados para contribuir com as investigações posteriores à ofensiva.

 

As iniciativas ocorrem paralelamente a debates legislativos, como o avanço no Congresso de projetos que endurecem o combate ao crime organizado. A tensão entre os poderes e entre os níveis de governo, contudo, permanece como pano de fundo da crise de segurança pública que ganha novos contornos no estado fluminense.

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