
A aplicação do vestibular da Universidade Federal de Goiás (UFG), realizada neste fim de semana em sete cidades do Estado, foi marcada por reclamações de desorganização e falhas na fiscalização. Diversas candidatas relataram situações que levantam dúvidas sobre a condução da prova e o cumprimento das regras do edital.
 
 
A estudante Yasmin Victória, que realizou a prova na UniFasam, em Aparecida de Goiânia, contou que presenciou candidatos mexendo em relógios digitais durante a prova, mesmo com a orientação no edital de que isso era proibido. “Relógios sendo utilizados e nada ocorreu, faltaram detectores de metais. Você poderia ir ao banheiro com celular ou qualquer outro tipo de metal que ninguém iria saber. Teve gente com garrafa colorida e até colocando papel dentro da tampa da caneta. Os fiscais viram e não fizeram nada”, relatou.
 
Outra candidata, que preferiu não ser identificada e prestou o vestibular na UniFanap, confirmou a falta de controle. “A sala estava superlotada, as cadeiras muito próximas. Os fiscais ficaram sentados na frente o tempo todo, sem circular. Perto do fim, alguns deles saíram e ficaram conversando do lado de fora, deixando outras salas sozinhas”, contou.
 
Outros relatos indicam falta de estrutura e descumprimento das normas. Alyce Soares descreveu um ambiente caótico desde a entrada no prédio. “As bolsas e os lanches deveriam ser transparentes, mas quase ninguém seguiu isso. Tinha bolsas escuras, óculos escuros e até ventiladores barulhentos. Os fiscais estavam distraídos, mexendo no celular”, afirmou. Ela ainda relatou que “faltava fiscalização nos andares” e que houve confusão sobre as salas por causa de erros nos papéis de identificação.
 
 
“Presenciei alunos com bolsinha de lápis e borracha na mesa, embalagens de lanche sem ser transparente, idas ao banheiro sem fiscalização, além de conversas em horário de prova”, afirmou outra vestibulanda de Goiânia.
 
Atitudes semelhantes foram observadas por Maria Fernanda Oliveira: ” Em meio à realização da prova, uma aluna deixou o celular ligado e ele começou a tocar o alarme. A fiscal simplesmente mandou ela desligar e continuar a fazer a prova. Isso é totalmente injusto com os outros vestibulandos que foram expulsos pelo mesmo acontecimento. Ela passou pelas duas etapas como se nada tivesse acontecido”.
 
Outro ponto de insatisfação foi relatado por Thauanny Moura, que criticou a falta de comunicação dos responsáveis pela fiscalização durante o exame. “Ninguém explicou os horários, nem quanto tempo faltava para o fim. Na prova de Linguagens, havia questões em inglês, espanhol e francês, mas não disseram qual idioma deveríamos responder. Foi uma confusão total.”