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Sócio de ministro da Secom recebeu R$ 12 milhões em campanhas da Caixa e da Embratur, diz Estadão
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 28/10/2025 09:26
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Segundo o jornal Estadão, a produtora Macaco Gordo, do empresário Francisco “Chico” Kertész — sócio do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, na agência Nordx (ex-M4) — recebeu R$ 12 milhões pela execução de peças publicitárias de Caixa Econômica Federal e Embratur entre 2024 e 2025. Os dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação.

 

Como foram as contratações

Caixa e Embratur mantêm contratos com as agências Binder, Calia e Propeg para criação de campanhas. Essas agências, por sua vez, subcontratam produtoras mediante cotação de preços (mínimo de três propostas), sem licitação formal, e submetem os orçamentos à aprovação do órgão público.

 

 

Em 2024, a Caixa pagou R$ 38 milhões a produtoras; a Macaco Gordo ficou com R$ 3,6 milhões. Em 2025 (até setembro), os desembolsos somaram R$ 21 milhões, dos quais R$ 4,3 milhões foram para a produtora — cerca de 20% do total e o maior valor entre as fornecedoras naquele ano.

 

Campanhas e valores

Caixa

• Quina de São João (Binder) – R$ 988 mil (2024)

• Poupançudos (Binder) – R$ 1,1 milhão (2024)

• Mega da Virada (Binder) – R$ 1,4 milhão (2024)

• Renegociação de dívidas – “Tudo em Dia Caixa” (Calia) – R$ 2,3 milhões (2025). Houve aditamento de R$ 687 mil sem nova pesquisa de preços, sob a justificativa de “serviço adicional”.

• Lotofácil da Independência (Propeg) – R$ 1,5 milhão (2025)

• Minha Casa, Minha Vida (Propeg) – R$ 516 mil (2025)

 

Embratur

• Afroturismo (Calia) – R$ 1,9 milhão (2024)

• Projeto Realidade Virtual/Sebrae (Calia) – R$ 1,9 milhão (2024)

 

Vínculos societários e agenda

Kertész é sócio-administrador da Nordx (antiga M4), criada em 2022 para a campanha presidencial de Lula e hoje prestadora do diretório nacional do PT. Sidônio permanece no quadro societário, mas, desde que assumiu a Secom, não exerce gestão, conforme a pasta. Em 2025, já como ministro, Kertész fez 13 visitas ao Palácio do Planalto (janeiro a junho), todas registradas para encontros com Sidônio; ele afirma que foram “de cunho pessoal”.

 

Antes do governo federal, a produtora prestou serviços para a agência Leiaute (de Sidônio) em contratos do governo da Bahia. O TCE-BA apontou falhas de detalhamento e risco de direcionamento; o MP-BA propôs ação civil e a Leiaute firmou acordo para adotar controles mais rígidos.

 

 

O que dizem os envolvidos

Secom/Sidônio Palmeira: “Jamais indicou ou endossou fornecedores”; a escolha de produtoras é das agências licitadas, com mínimo de três cotações. O ministro diz ter se afastado da gestão das empresas ao tomar posse e classifica como “infundadas” insinuações de ingerência.

 

Macaco Gordo (Chico Kertész): produtora com “15 anos de mercado”; venceu concorrências internas por menor preço e adequação técnica, “sem contato com a Secom”.

 

 

Caixa: processos seguiram normas internas; Macaco Gordo foi selecionada por menor preço entre no mínimo três orçamentos. O banco trabalhou com 41 produtoras desde 2023.

 

Embratur: seleção conduzida pela agência responsável, com chamadas e sessões públicas; “não houve interferência da Secom”.

 

Binder e Calia: confirmam escolha por menor valor. Propeg não se manifestou.

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