
O debate sobre a justiça tributária voltou a ganhar força no país. De um lado, quem acredita que os mais ricos devem pagar proporcionalmente mais impostos; do outro, quem defende que todos deveriam contribuir da mesma forma, independentemente da renda.
De acordo com um levantamento feito pela Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados, 62% dos brasileiros apoiam o modelo em que a carga tributária aumenta conforme o rendimento do cidadão. A proposta é vista como uma maneira de tornar o sistema mais equilibrado e reduzir desigualdades.
Mas 34% da população discorda dessa ideia e acredita que a política fiscal deve ser igual para todos, sem distinções entre ricos e pobres.
Nas ruas, as opiniões se dividem. O Mais Goiás foi ouvir o que as pessoas pensam sobre o assunto.
O estudante Alexandre Augusto faz parte do grupo que defende a cobrança diferenciada. Segundo ele, quem ganha mais tem condições de contribuir mais com o país. “Acho justo. Quem tem mais recursos pode ajudar mais. É uma forma de equilibrar a sociedade e investir em quem mais precisa”, afirma Alexandre.
Já a Thais Silva, auxiliar de serviços gerais, pensa o contrário. Para ela, a cobrança deveria ser igual para todos: “Não acho justo. Todo mundo trabalha, todo mundo paga imposto. Não é porque uma pessoa ganha mais que tem que ser penalizada por isso”, diz.
As opiniões se dividem, mas o tema ganhou relevância após a Câmara dos Deputados aprovar o Projeto de Lei 1087/25, enviado pelo Poder Executivo. A proposta isenta do pagamento de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês e cria uma cobrança adicional para quem recebe acima de R$ 600 mil por ano. O projeto agora segue para o Senado.
O texto prevê um maior escalonamento na cobrança de tributos, com base na chamada alíquota efetiva, que considera deduções e isenções. Hoje, trabalhadores em geral pagam entre 9% e 11% de Imposto de Renda, enquanto pessoas de alta renda, cerca de 141 mil contribuintes, recolhem, em média, apenas 2,5% de imposto sobre seus rendimentos totais, incluindo lucros e dividendos.
A nova regra busca corrigir essa distorção. Segundo o governo, o objetivo é garantir que quem ganha mais contribua de forma mais justa com o país, enquanto trabalhadores de baixa e média renda sejam beneficiados pela isenção.
Enquanto o projeto avança no Congresso, o debate segue vivo nas ruas. Para uns, a medida é um passo importante para reduzir a desigualdade social. Para outros, é uma forma de punir quem conseguiu prosperar financeiramente.
