
Durante a Cúpula Brasil-Caribe, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o aporte de US$ 5 milhões do Brasil ao Fundo de Desenvolvimento Especial do Banco de Desenvolvimento do Caribe (BDC). “Esses recursos atenderão os países mais vulneráveis da região”, disse Lula, reforçando a promessa de uma atuação conjunta com os países caribenhos.
No mesmo discurso, o presidente propôs a criação de um fórum ministerial permanente e elencou cinco áreas prioritárias de cooperação: mudança do clima, transição energética, conectividade, desenvolvimento do Haiti e segurança alimentar.
O movimento diplomático vem acompanhado de uma nova aproximação com instituições multilaterais. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou um investimento de US$ 3 bilhões na região, com foco em Guiana e Suriname, os dois principais corredores entre o Brasil e o Caribe. Lula destacou também acordos de conectividade aérea com Barbados e Suriname e defendeu maior integração viária e marítima.
Por trás do tom conciliador, o anúncio expõe a estratégia do governo de reforçar laços externos enquanto enfrenta dificuldades em avançar reformas internas. O gesto de contribuição ao Caribe, embora relativamente modesto em valores, chama atenção num contexto em que demandas urgentes em saúde, segurança e infraestrutura seguem em aberto no território nacional.
O Brasil exerce a presidência do Conselho de Governadores do BDC desde 2024 e vem tentando capitalizar a influência na instituição como ferramenta geopolítica. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, celebrou a reaproximação com a região e mencionou “o compromisso comum com o multilateralismo e o combate à fome”.
