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‘Federação com PSDB esfriou’, afirma Glaustin sobre aliança com Podemos
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 25/04/2025 13:18
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O deputado federal Glaustin da Fokus (Podemos-GO) afirmou em entrevista exclusiva ao Poder em Jogo, do portal Mais Goiás, que a negociação para formação de uma federação entre seu partido e o PSDB perdeu força nas últimas semanas. Presidente do Podemos em Goiás, Glaustin explicou que, embora as conversas tenham avançado em determinado momento, a complexidade jurídica e as diferenças regionais, especialmente em estados como Goiás e Minas Gerais, impuseram obstáculos ao andamento da proposta. “Já esteve mais forte. Hoje, no meu sentimento, ela esfriou”, declarou em entrevista.

 

 

A possível federação entre PSDB e Podemos, que pode futuramente evoluir para uma incorporação ou até fusão com a criação de uma nova legenda é discutida no plano nacional, mas encontra resistências locais por conta da convivência de grupos políticos rivais. 

 

Glaustin reconheceu a trajetória do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), mas reforçou que integra a base do atual governador Ronaldo Caiado (União Brasil), adversário político de Marconi em Goiás. “Não tenho problema pessoal com ele, mas os grupos são diferentes. E em algum momento, o político tem que ter posição”, afirmou.

 

Apesar do recuo nas tratativas, Glaustin não descarta a formalização do acordo. De acordo com ele, o desfecho da negociação deve ocorrer até a próxima semana, após o encerramento de análises técnicas e jurídicas envolvendo a federação ainda vigente entre PSDB e Cidadania. 

 

A direção estadual do Podemos também aguarda definições sobre quem comandaria a legenda em cada estado, caso a união com os tucanos se concretize. Glaustin diz que a partir disso irá avaliar o que fazer de seu futuro. A troca de legenda partidária não está descartada, mas ele frisa que abrirá diálogo com seu grupo antes de bater o martelo. 

 

Na avaliação do deputado, a tendência é que o número de partidos representados no Congresso seja reduzido nos próximos anos. Ele vê com naturalidade o processo de fusões e incorporações, como o que ocorre entre PP e União Brasil. “Os partidos menores vão desaparecer com o tempo. Não tem estrutura, e nem o Brasil comporta esse tanto de legenda”, disse.

 

LEIA A ENTREVISTA COM O PRESIDENTE DO PODEMOS EM GOIÁS, DEPUTADO FEDERAL GLAUSTIN DA FOKUS

Domingos Ketelbey: Deputado, em que pé estão as negociações entre o Podemos e o PSDB? O Podemos já dialogava com outros partidos há algum tempo, e agora parece ter avançado com o PSDB. O que dá para falar sobre isso?

 

Glaustin da Fokus: É um pouco o contrário, Domingos, me permita o comentário. O PSDB que fez investidas em vários partidos. O Podemos, por sua vez, estava tranquilo, digamos assim, pois já havia se fundido com o PSC. O PSDB tentou conversar com Republicanos, PSD, mas não avançou. Aí, a direção nacional, por meio do ex-governador Marconi Perillo, procurou o Podemos para iniciar um diálogo. Esse processo envolveu muito a parte técnica de ambos os partidos. 

 

Vou te explicar primeiro a estrutura, depois comento a política. Analisaram os números, projeções de bancadas, enfim, uma construção técnica. Em muitos estados, a junção ocorre sem desgaste político. Mas em Goiás e Minas há um entrave maior, porque aqui os grupos políticos são distintos. Digo sempre que não temos nada contra o ex-governador Marconi Perillo. Tenho respeito por tudo que ele construiu: quatro vezes governador, senador, sua digital está no Estado. Mas os grupos são diferentes. Hoje, você sabe que eu caminho com o governador Ronaldo Caiado, e sabemos que há um histórico de embate entre ele e Marconi. Em algum momento, o político precisa ter posição. Por isso, se, e repito, se, isso se concretizar, o partido vai ter que decidir onde o Glaustin se encaixa. Ainda há dilemas jurídicos, e por isso acredito que até segunda ou terça da semana que vem esse assunto deve ser concluído, porque tem desdobramentos importantes.

 

Francisco Costa: Glaustin, essas questões técnicas que você citou envolvem a federação com o Cidadania, certo? Essa federação vale até maio do ano que vem?

 

Glaustin da Fokus: Exatamente. O PSDB tem uma federação com o Cidadania que segue até maio. Mas isso não é um empecilho, porque a ideia seria uma federação que depois evoluiria para uma incorporação. Inicialmente, o nome seria PSDB + Podemos. O PSDB não abriria mão da relação jurídica com o Cidadania, por isso as consultas ao TSE estão em andamento.

 

Domingos Ketelbey: Então hoje se discute uma federação, que no futuro poderia culminar numa fusão?

 

Glaustin da Fokus: Exatamente isso. A federação pode evoluir para uma incorporação, como foi com o Podemos e o PSC no passado, e depois virar um único partido. Fala-se até em um novo nome, como “Moderados”, algo assim.

 

Domingos Ketelbey: Deputado, o senhor tem falado abertamente sobre esse tema. A negociação passa por manter o senhor no comando da legenda em Goiás? Ou o senhor cederia ao ex-governador Marconi Perillo? Como está esse diálogo?

 

Glaustin da Fokus: Olha, Domingos, comparado ao tamanho do Marconi Perillo, o Glaustin é pequeno. Ele fez história: quatro mandatos de governador, foi senador, deputado. Reconheço isso. Mas não sou entrave de nada. O que for bom para o país e para o estado, estou disposto a apoiar. No entanto, a minha executiva nacional sabe que tenho uma questão política de Estado. Não é pessoal com Marconi, nosso relacionamento é bom, mas os grupos são distintos. Sou da base do governador Caiado. Se isso avançar, preciso conversar com a Nacional para entender como será o comando do partido, quais as exigências do PSDB nacional, enfim, há muitos fatores a serem avaliados.

 

Domingos Ketelbey: De 0 a 10, qual o grau de chance dessa aliança se consolidar?

 

Glaustin da Fokus: Já esteve mais forte, Domingos. Hoje, no meu sentimento ela esfriou ao longo dos últimos dias. Não apenas por Goiás ou Minas, mas nacionalmente, pelas questões administrativas dos dois partidos. A negociação já foi mais avançada. Mas nem eu, nem a presidente do Podemos, nem o ex-governador Marconi Perillo diríamos que está fechado ou encerrado. Essa resposta ainda não existe. Acredito que até terça-feira da próxima semana isso se define.

 

Domingos Ketelbey: É de interesse do Podemos essa configuração, essa aliança?

 

Glaustin da Fokus: O Brasil vai passar por uma redução no número de partidos no Congresso. Veja agora o PP com a União Brasil. Os menores vão desaparecer com o tempo, não há estrutura, e nem o Brasil comporta tantos partidos. Então sim, há interesse.

 

Domingos Ketelbey: O senhor reconhece a grandeza do ex-governador, mas hoje quem tem mandato é o senhor. Isso não pesa?

 

Glaustin da Fokus: Domingos, não carrego vaidade política. Ter mandato não significa mandar ou desmandar. Estou na política desde 2019 e quero contribuir enquanto estiver. Sei o que Marconi representa para Goiás. Aqui não é uma disputa de egos. Se o assunto se fechar, PSDB e Podemos juntos, preciso tomar uma posição. Vem aí eleição presidencial e estadual. Como deputado e dirigente do partido, é claro que queria ver o governador Ronaldo Caiado se projetar nacionalmente. Mas, em nível estadual, temos que conversar sobre a continuidade do projeto dele. Já conversamos com o Wilder, com o próprio Marconi, e ainda falta conversar com o Daniel. Se o partido for útil a eles, estamos à disposição. Semana que vem isso se resolve. E tem mais, Domingos: eu faço parte de um grupo. O Podemos tem hoje cerca de 17 prefeitos, vai chegar a 20. Tenho respeito e sou submisso a essa turma que está comigo: o Bispo Oídes, que é meu patrão, Eurípides do Carmo, deputado Henrique César, o ex-senador Luiz do Carmo. A decisão não será isolada do Glaustin. Vamos sentar e decidir o que é melhor para Goiás, para as pessoas, e depois para o partido.

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