Bill Gates se afasta do catastrofismo meio ambiental, provocando debate sobre se a era do alarmismo climático está chegando ao fim

O programa ALive, apresentado pelo jornalista Claudio Dantas, abordou nesta terça-feira (04) o novo posicionamento de Bill Gates sobre mudanças climáticas. O bilionário decidiu abandonar a agenda do alarmismo climático e se afastar da narrativa apocalíptica sobre o futuro do planeta.

De acordo com Dantas, “a terra, a história demonstra claramente que a própria evolução das espécies está associada ao clima. Justamente aquelas que conseguem se adaptar ao clima e aquelas que não conseguem se adaptar”, acrescentando que “achar que nós [humanos] interferimos no clima é realmente uma absoluta ilusão. É uma ilusão construída pra venda de algum negócio, venda de solução, venda de livro de palestra, venda de negócios”.

Para o jornalista e geneticista Eli Vieira, que participou do programa, o dono da Microsoft foi finalmente “contaminado, pelo senso comum, pelo bom senso”, o que, segundo ele, representa “a vitória da turma da Maracujina, do ‘calma aí, não é o fim do mundo'”.

“Esse alarmismo climático, esse catastrofismo climático, tá até fazendo os jovens nos países desenvolvidos, especialmente, que são bombardeados por essa mensagem, desistirem de ter filhos, terem transtorno de ansiedade, ficarem preocupados com o futuro”, destacou Vieira, que também é articulista deste site.

“O que é que o Bill Gates tá dizendo agora, concordando com essa turma aí que tem lutado há anos por essa mensagem? Olha, é um problema. O acrescimento global é um problema. Não é o maior problema que a gente vai enfrentar. Aí, inclusive, a gente vai se adaptar a esse problema. O Bill Gates fala ali, é sempre super detalhado o artigo dele”, continuou o jornalista.

Vieira acrescentou ainda que “[Bill Gates diz que] é possível lidar com esse problema”, citando números otimistas do bilionário, como redução já de 40% nas emissões, o que mostra, segundo ele, que “o problema existe, tá? Não é uma questão de dizer: ‘não existe acrescimento global e ser humano e emissões de carbono nada têm a ver com isso. Mas é um problema tratável. Vamos ter calma, vamos ser otimistas'”.

Por fim, Vieira avaliou que essa nova visão de Gates será levada à COP30, mas duvidou que seja absorvida: “Então, é isso que ele está querendo trazer, inclusive, para a COP30. Vamos ver se vai pegar essa mensagem. Acho que não. É porque a esquerda é muito conhecida por usar alarmismo em geral”.

Segundo a advogada ambiental Daniela Giacobbo, que também participou do programa, “não dá para ficar nessa concepção extremista de só querer a redução do enriquecimento global, da emissão dos gás de efeito estufa, e não pensar como é que vai ser feito isso”, ressaltando que não é “alarmista” nem “negacionista” do clima, mas prefere “ser realista e achar então que a gente tem que realmente fazer uma transição, pensando no desenvolvimento econômico, pensando na segurança energética”.

“Eu, por exemplo, não nego que existam realmente eventos climáticos, eu sou aqui do Rio Grande do Sul, nós tivemos em 2024 aquela grande catástrofe, tínhamos tido também em janeiro de 2023, mas são eventos climáticos extremos, que realmente causam estrago tanto no setor elétrico como no agro, enfim, mas são eventos climáticos extremos que podem ser psíquicos. Nós tivemos a enchente de 1941 aqui”, destacou a advogada.

“Então, nada, digamos assim, é definitivo se esses eventos climáticos que tanto afetam realmente todos esses setores da economia, eles são relacionados à ação do homem, porque em 1941, aqui no Rio Grande do Sul, aqui em Porto Alegre, nós tivemos todo aquele problema de enchente, havia um contingente populacional muito menor”, completou Giacobbo.