Produtores rurais que vivem na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina estão apreensivos com o avanço de uma nuvem de gafanhotos que avança pelas províncias do país vizinho desde maio deste ano. A nuvem, de aproximadamente 10 km de extensão, veio do Paraguai e chegou à província de Santa Fé, na Argentina, no dia 17.
O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agro-Alimentar (Senasa), do governo argentino, já emitiu alerta oficial. Produtores de mandioca, milho e cana de açúcar da Argentina já relataram prejuízos com a infestação. O coordenador do programa nacional de gafanhotos da Senasa, Héctor Medina, afirma que a nuvem se moveu quase 100 km em um dia devido às altas temperaturas e ao vento.
Medina explica que é uma espécie de gafanhoto sul-americano e que, em um quilômetro quadrado, pode haver até 40 milhões de insetos. “Uma manda de um quilômetro quadrado pode comer o mesmo que 35 mil pessoas ou cerca de 2 mil vacas por dia, afetando principalmente pastagens”, afirma.
A previsão é de que, com os fortes ventos, a nuvem chegue nesta terça-feira à província de Entre Rios. Autoridades de outras cidades no país, como Córdoba, também monitoram a situação.
O governo argentino avalia o comportamento da praga e as medidas que devem ser tomadas em conjunto com as autoridades provinciais. Segundo o serviço meteorológico da região, o tempo deve esfriar nos próximos dias. Chuva e frio freariam o avanço dos gafanhotos.
Da RedaçãoDo Mais Goiás | Em: 23/06/2020 às 15:17:04