Atuais integrantes e ex-membros do Banco Mundial estão “chocados” com a indicação de Abraham Weintraub para o cargo de diretor-executivo da instituição. A informação é do jornal O Estado de São Paulo.
Segundo fontes ouvidas pelo veículo, o temor é que a figura de Weintraub possa fazer com que o Brasil vire uma “piada internacional”, já que ele “deu declarações contrárias ao multilateralismo”.
Um ex-integrante do alto escalão do Banco Mundial alertou que o ex-ministro da Educação deve respeitar o código de ética da instituição — que proíbe declarações sobre política dos países membros.
Em abril, o então ministro publicou no Twitter uma fala ironizando o sotaque de asiáticos através do personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, para culpar a China pela pandemia de coronavírus.
O tuíte causou uma tensão na relação diplomática entre os países. Weintraub responde a um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura suposto crime de racismo no episódio.
No cargo de diretor-executivo, ele ganhará o equivalente a R$ 115,9 mil por mês e responderá pela diretoria que representa o Brasil, Colômbia, Equador, Trinidad e Tobago, Filipinas, Suriname, Haiti, República Dominicana e o Panamá.
Saída da Educação
Abraham Weintraub anunciou sua saída do ministério da Educação ontem. Na despedida ele confirmou o convite para trabalhar no Banco Mundial, o que foi confirmado mais tarde pelo ministério da Economia.
“Desta vez é verdade, estou saindo do Ministério da Educação”, diz Weintraub no vídeo. O agora ex-ministro afirma que vai iniciar um período de transição no MEC e que nos próximos dias irá “passar o bastão” ao seu substituto, ainda não anunciado.
A queda de Weintraub vinha sendo especulada desde que veio a público um vídeo de uma reunião ministerial realizada no dia 22 de abril. Na ocasião, ele defendeu a prisão de ministros do Supremo. “Eu, por mim, colocava esses vagabundos todos na cadeia. Começando pelo STF”, declarou. Por causa dessa frase, Weintraub passou a ser investigado no inquérito das fake news, que apura ameaças contra ministros do Supremo.
Do FolhaPress | Em: 19/06/2020 às 11:58:35