Ao decretar a prisão preventiva de Fabrício Queiroz, o juiz Flávio Itabaiana Nicolau, da 27ª Vara Criminal do TJ do Rio, avaliou que o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro e sua mulher, Márcia Oliveira de Aguiar, poderiam atrapalhar as investigações, ameaçando testemunhas e investigados, se continuassem soltos. A garantia da continuidade das investigações e produção de provas é um dos requisitos legais para a decretação de prisão preventiva.
O juiz cita mensagens de Márcia, colhidas em ação anterior de busca e apreensão pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ). Nas mensagens, ela dizia que Queiroz, mesmo escondido, continuava dando ordens para constranger testemunhas. Márcia chegou a compará-lo a um bandido “que tá preso dando ordens aqui fora, resolvendo tudo”. O juiz também decretou a prisão de Márcia, mas ela ainda não foi localizada. O caso corre em sigilo.
O GLOBO apurou que a decisão do juiz Flávio Itabaiana, de 46 folhas, foi tomada a pedido do MP para proteger as investigações e por garantia da ordem pública. Um dos motivos é o fato de o casal estar sem paradeiro conhecido há muito tempo, sem informações desde que Queiroz teve alta do hospital, em São Paulo, após ser operado, até a prisão nesta quinta-feira em um sítio que consta como escritório do advogado Frederick Wassef, que defende Flávio na investigação.
Além disso, o trabalho para localização de Queiroz em Atibaia foi feito a partir da extração de dados de celulares, incluindo áudios e imagens nas nuvens dos aparelhos, feita Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). Depois disso, o MP ficou 10 diz acompanhando a movimentação na frente do sítio de Wassef. Quando os investigadores tiveram certeza da localização, os promotores pediram a prisão preventiva.
Do Agência O Globo | Em: 18/06/2020 às 15:06:06