Nesta quarta-feira (17) internautas estão usando as redes sociais para acusar de racismo a marca de produtos de limpeza Bombril. O motivo seria o lançamento de uma esponja de aço com o nome “Krespinha”, o que se assemelha ao cabelo crespo, que há anos é associado de forma pejorativa às esponjas de aço.
No site da Bombril, a esponja “Krespinha” é descrita como “perfeita para a limpeza pesada. Remove sujeiras e gorduras de um jeito rápido e eficaz, sem esforço. Resistente e não enferruja”.
A hashtag #BombrilRacista ficou por várias horas sendo um dos assuntos mais comentados do Twitter. O nome “Krespinha” causou revolta, especialmente por ser um momento em que atos antirracistas se espalham no Brasil e no mundo.
“Imagina quem sofreu bullying a infância inteira vendo esse marketing da Bombril. Eu acreditei até meus 18 anos que preto tinha que raspar o cabelo, me libertei e já fiz uns 10 penteados de lá pra cá. Eu to chateado”, publicou um usuário do Twitter. “É inacreditável que em pleno século 21 ainda de encontre esse tipo de coisa, uma esponja chamada Krespinha”, escreveu outro.
“É preciso ter profissionais pretos nas agências de propaganda e no marketing das empresas para que coisas lamentáveis como essa não aconteçam”, escreveu Ricardo Silvestre, fundador da agência Black Influence.
Segundo Winnie Bueno, pesquisadora e ativista do movimento negro, a Krespinha perpetua estereótipos racistas. “A esponja da Bombril perpetua também imagens de controle que associam o corpo de mulheres negras ao trabalho doméstico pesado. O nome e o marketing é baseado em racismo”, afirma.
Segundo os internautas, o nome do novo produto da marca Bombril irá causar um aumento nas comparações com o cabelo crespo. Procurada, a Bombril presa não se pronunciou até o momento.
A “krespinha” não é um produto novo no mercado. Em 1952, uma esponja de mesmo nome era vendida no Brasil, e utilizava o desenho de uma menina negra como propaganda. “No Rio, todos me conhecem. Sou Krespinha – a melhor esponja para a limpeza da cozinha. As paulistas também vão me querer bem”, dizia o anúncio da marca, que não era Bombril.
Chamar alguém de “cabelo de bombril” foi uma das primeiras ofensas racista que tive compreensão desde mto nova. Como psicóloga comecei a perceber q a relação saudável entre pessoas negras e seu cabelo é um dos primeiros passos para aceitar sua autoimagem. + #BombrilRacista
"Aí Levi, mas você que tá vendo racismo onde não tem."
Reciclaram esse produto cujo divulgação tinha uma criança negra de cabelo crespo, o nome é Krespinha e eu que estou vendo racismo onde não tem?#BombrilRacista
Me choca tanto, é tão desrespeitoso e irresponsável, que eu fui no site da marca algumas vezes conferir se é real!
É REAL! É 2020!
A empresa #BOMBRIL desenvolveu e lançou esse produto...
Deixando escancarado o
RACISMO ESTRUTURAL que diariamente lutamos para desconstruir!
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