O ministro Abraham Weintraub, da Educação, já estaria com os dias contados na equipe do presidente Jair Bolsonaro e sua queda pode ocorrer a qualquer momento.
Esse foi o recado passado por um interlocutor frequente de Bolsonaro a ministros da corte.
Magistrados acreditam, inclusive, que o ministro da Educação pode acabar sendo preso se continuar atacando as instituições, como tem insistido em fazer.
No domingo (14), Weintraub foi a uma manifestação de apoiadores de Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios.
Sem máscara, como exige um decreto baixado no Distrito Federal, ele gerou aglomerações e voltou a fazer afirmações polêmicas.
Questionado pelos bolsonaristas sobre o pagamento de impostos a políticos corruptos, ele respondeu: “Já falei a minha opinião, o que faria com esses vagabundos”.
A frase faz referência a afirmação dele na reunião ministerial de 22 de abril, em que disse: “Eu, por mim, colocava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”.
Um magistrado ouvido pela coluna disse acreditar que, se o ministro seguir “nessa toada” de ataques, ele pode até ser preso e enquadrado na Lei de Segurança Nacional, por atacar as instituições.
Weintraub está sendo investigado no inquérito das fake news conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ele também responde a inquérito pelo crime de racismo que teria cometido ao ironizar os chineses em postagens no Twitter.
A sua queda vem sendo aventada há várias semanas e é defendida por ministros do governo e também por integrantes do “centrão”, o bloco parlamentar que está fazendo um acordo com Bolsonaro.
Eles davam como certo que o ministro seria demitido no mês passado. A divulgação da reunião ministerial e dos ataques dele ao STF teriam gerado um paradoxo: Bolsonaro recuou na demissão para não parecer que estava cedendo a pressões.
No começo do mês, diante da intensificação dos rumores de uma iminente demissão do ministro, os filhos do presidente Bolsonaro fizeram um intenso lobby, nas redes sociais, defendendo a permanência dele no cargo.
*Com informações da jornalista Mônica Bérgamo.
Do FolhaPress | Em: 15/06/2020 às 15:00:17