A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) decidiu, nesta quarta-feira (10), instaurar o processo de impeachment do governador Wilson Witzel. Até o momento, dos 36 votantes, mínimo necessário para o início dos trâmites, 36 votaram a favor. Os outros 34 ainda apresentam seus votos (acompanhe abaixo em tempo real). Até mesmo deputados governistas, do partido de Witzel, o PSC, votaram pela abertura do processo de afastamento. A sentença final, que determinará a saída ou permanência do governador, caberá a uma comissão composta por cinco deputados, cinco desembargadores e pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio.
O presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano (PT), podia tomar a decisão abertura do impeachment monocraticamente, mas optou por submeter a escolha ao plenário da Casa. A Alerj tem hoje 14 pedidos de impeachment protocolados contra Witzel, e a ideia é que alguns dos ofícios sejam juntados numa única denúncia.
A disposição da Alerj de votar o impeachment disparou ontem após parlamentares afirmarem terem sido chatageados com dossiês, que seriam produzidos pelo Palácio Guanabara, para pressioná-los a votar contra o afastamento.
— Quero tomar uma decisão conjunta com o plenário. Essa decisão não é um pré-julgamento (sobre o afastamento). É só para botar para andar o procedimento — disse Ceciliano. — Essa é uma oportunidade que a gente vai ter de trazer as explicações do governador. Voto sim para dar prosseguimento ao processo de impeachment — afirmou o petista, sexto a votar pela ordem alfabética.
Até mesmo o deputado Bruno Dauaire, do mesmo partido de Witzel, o PSC, votou a favor da abertura do impeachment. Dauaire chegou, inclusive, a ser convidado pelo governador na semana passada para ser líder do governo na Alerj.
— Acho que é uma oportunidade para o governador apresentar suas explicações. Não se trata de um pré-julgamento, mas de uma oportunidade para o governador trazer informações importantes. Eu voto sim.
Do Agência O Globo | Em: 10/06/2020 às 17:03:14