O empresário goiano Gustavo Gayer nega que tenha participado de agressões a enfermeiros que protestavam na Praça dos Três Poderes no última sexta-feira (1), em Brasília. Segundo ele, a agressão aconteceu antes de estar presente no local. Gustavo ainda nega conhecer os agressores dos profissionais da saúde.
A violência aconteceu no feriado do Dia do Trabalho, na última sexta-feira (1), em que 60 enfermeiros participavam de ato na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Eles lembravam os 55 profissionais de saúde que morreram no combate ao coronavírus. Um dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, identificado como Renan da Silva, se aproximou e confrontou os manifestantes.
Gayer diz que teve a “infelicidade” de gravar um vídeo na Praça dos Três Poderes após a agressão e que foi associado a eles pela mídia, que não apurou os fatos corretamente. No vídeo gravado, o empresário denuncia, a partir da fala de uma moradora em situação de rua, que se tratava de um protesto de “falsos médicos”. Na gravação, “ter um ou dois médicos no máximo”.
O tal vídeo, publicado na conta pessoa de Gayer no Instagram, foi o estopim para que o associassem à agressão. O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) diz ter identificado ao menos três pessoas que atacaram os profissionais de saúde, entre eles está o empresário e professor de inglês goiano.
Gayer, no entanto, diz que tem provas de que não estava no momento da agressão. Entre elas, há o registro do GPS do smartphone, que mostra a permanência dele das 12h34 às 13h12 na Praça dos Três Poderes. Ele cita ainda o próprio vídeo que publicou no Instagram. “Eu não sabia do que se tratava. A partir da moradora de rua denunciei, e foi um erro, se tratar de falsos médicos. Nem sabia que eram enfermeiras”, se defende. O vídeo apagado já tinha mais de 20 mil visualizações.
Após ver que houve uma agressão contra as enfermeiras, Gustavo Gayer apagou o vídeo que postara momentos antes. Segundo ele, por não concordar com as atitudes de Renan da Silva Sena, que é funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, identificado como um dos agressores.
Horário registrado pelo GPS
“Estão me colocando junto dos agressores, mas eu não apareço em nenhum dos vídeos. No momento eu não estava lá. Vou, inclusive, pedir gravações das câmeras da Praça para provar isso”, diz. “Após aparecer na mídia que eu seria um dos agressores passei a receber ameaça de morte. Tem gente desejando mal para para a minha família”, aponta.
A agressão
Vários vídeos mostram que Renan, identificado como um dos agressores, que vestia uma camisa amarela com a frase “meu partido é o Brasil”, hostilizava os enfermeiros. Ele chegou a empurrar uma delas e chamou outra de “medíocre” e ameaçava os participantes.
A Procuradoria-Geral da República solicitou à Procuradoria da República no Distrito Federal que apure as agressões.
Eduardo Pinheiro
Do Mais Goiás | Em: 07/05/2020 às 14:17:50