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Consumo de etanol cai 60% em Goiás; Sifaeg pede corte de impostos
Últimas Notícias
Publicado em 23/04/2020

O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol em Goiás (Sifaeg), André Luiz Rocha, afirma que a demanda por etanol caiu aproximadamente 60% no Estado durante a quarentena do coronavírus.

 

A queda no consumo motivou a Sifaeg a enviar ofício à Assembleia Legislativa em que pede a redução temporária da tributação do PIS/Cofins sobre o biocombustível e que haja o aumento na cobrança das Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

 

Sobre o Cide, André explica que este é o “colchão”. “Basta diminuí-lo se o preço do etanol voltar a subir para não sacrificar o consumidor”, demonstra. Segundo ele, inclusive, isso já foi feito em 2008, durante a crise daquele ano. O presidente da Sifaeg aponta, ainda, que é necessário de uma linha de crédito por parte do governo federal para estocar o que não será vendido agora – mesmo que haja limite para essa estocagem.

 

 

“Trata-se de um produto de agricultura, que tem hora de plantar e colher”, relata sobre os impactos da pandemia a médio prazo e continua: “Tem também a questão da competitividade. Preciso ter um diferencial tributário, temporário. Vendíamos R$ 2 bilhões de litros por mês, agora cerca de R$ 700 milhões. Nesses próximos 90 dias devemos vender pouco mais do que vendíamos em um mês.”

 

Competitividade

André explica que o mundo vive dois momentos. No primeiro, há a redução de demanda de energia, não só de etanol. “Isso, por conta da atividade econômica. Redução da atividade, seja da gasolina, etanol ou diesel, mas também do consumo de açúcar. A maior vendo que temos, nesta questão, são de produtos industrializados.”

 

Já sobre o segundo momento é a redução dos próprios preços do petróleo – que também tem como pano de fundo do decréscimo da atividade econômica. Segundo André, os países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) tentaram tratar sobre a redução da produção do petróleo, mas houve uma briga entre Rússia e Arábia Saudita. “A Rússia não diminuiu a produção, então a Arábia Saudita aumentou”, resumiu. Com isso, países como Brasil, Estados Unidos e a própria Rússia, estão com custo maior de produção que de venda. “E muitos países usam o petróleo como fonte primária de energia.”

 

 

Vale destacar que o presidente da Sifaeg informa que nenhum país está comemorando o preço muito baixo. “Não sabemos se é uma briga ou uma combinação dos países produtores contra as fontes de energia alternativa.” Para ele, com esses preços, não existe condições do etanol de cana (do Brasil), ou o etanol de milho, competir. “Acaba com a produção. E quando normalizar, não haverá fonte alternativa para ter o balizador de preço”, preocupa-se.

 

Ele observa, ainda, que produtos a base do petróleo sequer tem baixado de preço, como fertilizante. Nos postos, também não se observa uma redução que justifique. “Está pouco menos de R$ 4, saindo da refinaria a menos de R$ 1.” O álcool está com valor inferior a R$ 2,50, nos postos. “Para o próprio consumidor não caiu.”

 

Agronegócio

André Luiz reforça: “Precisamos dar uma solução para dar competitividade do etanol.” Ela afirma que as fontes de energia limpa são as mais baratas no mundo inteiro. “Porque tem diferenciação da carga tributária, uma vez que trazem vantagens do meio ambiente, na geração emprego, e porque interioriza o desenvolvimento. A carga tributária no Brasil é alta.”

 

 

Questionado sobre o que esse setor representa para o Estado ele traz números macro. Ele expõe que o segmento representa 30% do PIB industrial de Goiás e que gera 70 mil empregos diretos. “Além disso, foi um dos maiores arrecadadores de impostos, no ano passado: mais de R$ 1 bilhão.” Ele também explica que as empresas estão no interior, sendo, comumente, as maiores empregadoras. Ele cita Goianésia, Itumbiara, mas, também, municípios menores, como Vicentinópolis, Perolândia e Serranópolis, além de muitos outros.

 

“O setor já vem de crise nos últimos anos, por políticas equivocadas, sendo que 1/3 das empresas já está em recuperação. Ainda assim, tem investido em eficiência, mecanização, padronização a mais. Estamos reivindicando do governo federal, mas vamos tratar, também, com o estadual. Queremos manter as atividades para preservar empregos e a cadeia produtiva, que movimenta toda a economia de uma cidade.” Sobre os empregos, as demissões não começaram, mas podem vir se nada for feito, avalia André.

 

Ofício

Além de representar de 2% do PIB do País, o produto converge produtores de cana-de-açúcar, trabalhadores do setor químico e da alimentação, cooperativas e agroindústrias responsáveis pela produção de açúcar, etanol e bioeletricidade. O presidente da Alego, Lissauer Vieira, é um dos representantes do setor produtivo e defensor do agronegócio no Legislativo goiano.

 

No ofício enviado ao Ministério da Agricultura, entre outras coisas, é pedido a redução temporária da tributação do PIS/COFINS sobre o biocombustível. O intuito é auxiliar as usinas de cana-de-açúcar.

 

Em outro ponto, é pedido que haja o aumento na cobrança das Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina por litro e, ainda, a abertura de uma linha de crédito para permitir a estocagem e financiamento do etanol anidro e/ou hidratado.

Francisco Costa
Do Mais Goiás | Em: 23/04/2020 às 16:57:53
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