
Senador reitera apoio ao PL da Dosimetria e critica demora de Moraes em autorizar cirurgia
O senador Flávio Bolsonaro (PL) visitou o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, agora há pouco (16), na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. A visita ocorreu dentro do horário autorizado, durou cerca de 30 minutos e antecedeu a chegada da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que esteve no local em horário distinto.
Na saída, Flávio afirmou que o ex-presidente acompanhou a discussão sobre o Projeto de Lei da Dosimetria e orientou aliados a aceitarem uma versão restrita do texto, limitada aos réus dos atos de 8 de janeiro.
“Independentemente da redação, se colocar pessoas como a Débora do Batom em casa ainda que numa semiliberdade, ele já se sentiria menos triste aqui dentro. Isso já ajudaria ele a aguentar o tranco por mais um tempo”, afirmou.
Apesar da defesa pública da restrição, o PL negocia ajustes para incluir Jair Bolsonaro na redução de pena. Flávio disse ter levado ao pai a repercussão do projeto no Congresso e relatou reação positiva.
“Ele mostrou mais uma vez que coloca o interesse do Brasil e de outras pessoas inocentes à frente do próprio interesse político”, disse. “Mesmo preso, ele continua pensando no país e em quem sofreu injustiça.”
O senador descreveu o estado emocional do ex-presidente e negou abatimento.
“Estava bem hoje, graças a Deus. Sem soluços, mais animado, bem-humorado. O Jair Bolsonaro que eu conheço, que passa tranquilidade e segurança, está sendo um gigante aqui dentro.”
Flávio também tratou da saúde do pai. Disse que exames identificaram duas hérnias e criticou a demora do Judiciário para autorizar cirurgia. Uma perícia médica da Polícia Federal foi determinada para quarta-feira (17).
“O médico pediu a cirurgia e, por incrível que pareça, há uma desconfiança até da palavra do médico. Pediram perícia, fizeram exame de imagem e descobriram outra hérnia”, relatou. “É uma emergência real, para evitar uma cirurgia muito mais agressiva depois.”
Em tom mais duro, atacou o relator do processo, o ministro Alexandre de Moraes.
“O que parece é que querem matar o Bolsonaro aqui onde ele está. É um risco de saúde real, grave”, afirmou. “Eu peço que volte o bom senso, que se pare de menosprezar a necessidade de cuidar da saúde dele.”
Sobre o PL da Dosimetria, Flávio reiterou apoio à tramitação com ajustes para restringir benefícios aos envolvidos no 8 de janeiro e evitar alcance a outros crimes. Disse que o texto pode ser votado ainda neste ano no Senado, com apoio de lideranças como Hugo Motta e Davi Alcolumbre.
“E aí a gente está tentando ver como é que faz alguma alteração ali para evitar que esse benefício seja dado a marginais de verdade, marginais perigosos de verdade, na carona da votação desse projeto”, disse, ao citar conversas com o líder Rogério Marinho.
Questionado sobre 2026, Flávio reafirmou a pré-candidatura e negou abrir mão do nome para o governador Tarcísio de Freitas.
“O meu nome está colocado. A indicação do presidente Bolsonaro é Flávio Bolsonaro. Eu só abro mão se for para Jair Messias Bolsonaro e, para isso, ele tem que estar livre e nas urnas, e não é o cenário que a gente está vendo.”
Jair Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses na sede da Polícia Federal, em Brasília, após condenação no processo que apurou a trama golpista. A defesa tenta viabilizar a cirurgia ainda nesta semana.