
Descumprindo medida protetiva, um homem emboscou a ex-companheira e o cunhado na noite de quinta-feira (11), no setor Epaminondas, em Jataí, no momento em que ela saia do trabalho. Maicon Kelven Ferreira Alves, de 24 anos, foi atingido por dois disparos e morreu no local. A irmã dele, Kelly Cristina Ferreira Alves, de 27 anos, levou um tiro no peito, foi socorrida e sobreviveu. O suspeito, Adriano Souza Ferreira, 37, já havia sido condenado por tentar matar outra mulher há cerca de 12 anos e cumpria pena em liberdade. Ele fugiu após os disparos.
O ataque aconteceu por volta das 23h50, quando Kelly subia na moto do irmão para voltar para casa. Segundo ela, Adriano saiu de uma área de mata à beira da Rua 5 e atirou sem aviso. Mesmo ferido, Maicon ainda tentou fugir com a irmã na moto, mas perdeu o controle e bateu em um portão, morrendo no local. Kelly foi atingida, mas o tiro transfixou sem atingir órgãos vitais, permitindo que fosse atendida e apesar da gravidade inicial, recebeu alta nesta tarde após prestar depoimento para a Polícia Civil ainda no hospital.
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Maicon ainda tentou fugir do ataque com a irmã mas perdeu o controle da moto (Foto: reprodução)
A advogada da vítima, Iza Helena Caetano, afirma que a medida protetiva havia sido concedida há cerca de duas semanas e que Adriano já tinha descumprido a ordem outras vezes antes. No dia 5 de dezembro, ele arrastou Kelly pelo estacionamento do shopping onde ela trabalha e tentou colocá-la à força no carro, sendo impedido por outras mulheres. A defesa pediu a prisão preventiva na época, mas a resposta judicial só veio no dia 10, com determinação de tornozeleira eletrônica e botão do pânico, mas não deu tempo dele ser notificado.
Segundo a advogada, a mulher vinha sendo vigiada por pessoas ligadas ao ex-marido e chegou a pedir escolta policial. Por isso, o irmão passou a buscá-la no trabalho. No dia do ataque, Adriano estaria escondido em um terreno de mata esperando o momento da emboscada que o irmão fosse buscá-la para atacar.
Kelly e Adriano viveram juntos por 11 anos e têm dois filhos gêmeos. Após quase uma década enfrentando violência doméstica — com agressões físicas, psicológicas e patrimoniais — ela decidiu se separar há cerca de um mês, mas o homem não aceitava a separação e passou a perseguir a mulher. A defesa também solicitou que a medida protetiva fosse estendida à irmã do agressor, que, segundo Kelly, a pressionou a retirar a denúncia.
A Delegacia da Mulher do município acompanha o caso e a situação das crianças. Diante do risco, a advogada avalia orientar Kelly a buscar abrigo, junto com os filhos, em um local sigiloso até que Adriano seja localizado e preso. A Polícia Civil segue realizando buscas, mas o suspeito ainda não foi encontrado.
Além da condenação anterior por tentativa de homicídio contra outra ex-companheira, pela qual cumpria pena de oito anos em liberdade, Adriano agora pode responder por homicídio consumado e tentativa de homicídio contra a atual ex-companheira.
