
Esquema de sonegação de R$ 215 mi em ICMS envolve atacadistas e supermercados
Marcos Valério, condenado pelo STF como operador do Mensalão, é um dos alvos de uma operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), deflagrada nesta manhã (02), contra grupo de atacadistas e redes de supermercados suspeito de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
A Operação Ambiente 186 cumpre mandados de busca e apreensão em diversas cidades mineiras e também apura os crimes de organização criminosa e falsidade ideológica.
Segundo o MPMG, as empresas investigadas deixam de recolher mais de R$ 215 milhões em ICMS:
As investigações duraram mais de 18 meses e “revelaram um esquema complexo de fraude fiscal em que empresários dos setores atacadista e varejista criaram empresas de fachada para simular operações interestaduais e suprimir o pagamento de ICMS próprio e do ICMS devido por substituição tributária devido ao Estado de Minas Gerais”.
Estão sendo alvos: as sedes de empresas e as residências de empresários e funcionários envolvidos no esquema. Durante as buscas foram apreendidos celulares, aparelhos eletrônicos e documentos, além de veículos de luxo “utilizados pela organização para a lavagem de dinheiro”. Também foi determinada a indisponibilidade de bens dos investigados no montante de R$ 476 mil.
De acordo com investigadores do MPMG, “o grupo oculta a real circulação de mercadorias para driblar o pagamento de impostos estaduais, reduz artificialmente o custo dos produtos e amplia os ganhos ilícitos, distorcendo a concorrência e prejudicando empresas regulares”.
“A organização criminosa se apropriava do imposto devido ao Estado e o convertia em patrimônio próprio”.
Ainda não se sabe o papel exato de Marcos Valério no esquema dos atacadistas e supermercados.
Participam da ação de hoje: seis promotores de Justiça, três delegados, 58 auditores da Receita Estadual, dois auditores da Receita Federal, 65 policiais militares, 54 policiais civis, nove bombeiros militares e 15 servidores do MP.
