
Deputado viajou aos EUA antes de ser condenado pelo STF na suposta “trama golpista”
Alexandre Ramagem (PL-RJ) desafiou Alexandre de Moraes a enviar aos EUA o pedido de sua extradição. O deputado federal está no país desde setembro, antes de ser condenado na suposta “trama golpista”, e é considerado foragido pela Corte.
“Traga para análise dos americanos essa ação do golpe, que nós vamos ver uma resposta enfática dos norte-americanos do que é uma juristocracia, uma ditadura, uma arbitrariedade que assola o Brasil agora”, disse o parlamentar em vídeo divulgado nas redes sociais no fim de semana.
Ramagem afirmou que sua ida aos EUA ocorreu sob conhecimento do governo Trump e que se sente seguro no país. “Se o Alexandre de Moraes quiser trazer algum pedido para a minha extradição, ele vai ter que remeter para análise de um juiz federal americano toda a ação do golpe que me envolve”, completou.
O deputado disse também ter sido “abraçado” pelo governo do republicano e declarou estar sob a “anuência e o conhecimento” das autoridades dos EUA. Segundo Ramagem, sua permanência ocorre com tranquilidade e respaldo político, em contraste com a perseguição que sofre no Brasil.
“Então eu peço: traga para análise dos americanos essa ação do golpe, que nós vamos ver uma resposta enfática dos norte-americanos do que é uma juristocracia, uma ditadura, uma arbitrariedade que assola o Brasil agora”, afirmou o parlamentar.
A ordem de prisão contra Ramagem foi decretada por Moraes após pedido da PF, que investiga atualmente como o deputado deixou o país. Ele não tinha autorização para viajar e também não recebeu permissão da Câmara para missões oficiais. A Casa informou que o deputado apresentou atestados médicos cobrindo períodos entre setembro e dezembro.
Para enviar o pedido de extradição, o Supremo precisará acionar o governo Lula para iniciar os trâmites diplomáticos com os EUA. A decisão final caberá ao governo Trump.
No entanto, a extradição pode enfrentar obstáculos: em 2021, os EUA negaram o pedido envolvendo o jornalista Allan dos Santos, alegando que crimes como calúnia, injúria e difamação não são passíveis de extradição pelo tratado bilateral.
