
A influenciadora e cantora Jojo Todynho obteve uma vitória importante na disputa judicial que enfrenta com o Partido dos Trabalhadores (PT). O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro recomendou nesta terça-feira (21/10) a rejeição da queixa-crime apresentada pelo partido, que acusava Jojo de difamação por uma declaração feita em podcast, na qual ela afirmou ter recebido oferta de R$ 1,5 milhão para apoiar a campanha de Lula em 2022.
No parecer, o promotor Carlos Gustavo Coelho de Andrade argumenta que não há elementos suficientes para a continuidade da ação penal. Segundo o MP, a fala atribuída à artista é genérica, não cita diretamente o PT e não permite identificar quem teria feito a suposta proposta.
“Não se pode inferir ou presumir condutas em sede de direito penal incriminador”, escreveu o promotor.
Com isso, o Ministério Público considerou a queixa-crime inepta e afirmou que “não há justa causa” para seu recebimento. A manifestação representa uma vitória judicial preliminar para Jojo Todynho, que até aqui resiste em se retratar publicamente, como pediu a defesa do partido.
Agora, caberá à Justiça do Rio de Janeiro decidir se acolhe a recomendação do MP e arquiva a ação. O parecer foi emitido após audiência de conciliação, realizada em 18 de setembro, terminar sem acordo.
Na ocasião, Jojo recusou-se a gravar um vídeo de retratação — condição imposta pelo PT para encerrar o caso amigavelmente.
O processo foi aberto após a cantora declarar, durante uma entrevista, que teria recebido uma proposta milionária para apoiar a candidatura de Lula à presidência. O PT reagiu judicialmente, afirmando que a fala comprometia a imagem da sigla e sugeria prática ilegal.
No entanto, o MP entendeu que a fala não configura crime, por não apontar autores específicos, nem trazer elementos que justifiquem o andamento de uma ação penal.
