
Emerson Rogério de Souza, de 51 anos, deixou o sacerdócio e hoje vive em um trisal com Daniela e Camila, em Araçatuba (SP). A família participou do 1º Encontro de Trisais do Brasil, realizado em Pinhalzinho (SP), que busco u o reconhecimento e os direitos de famílias poliafetivas.
Emerson afirma: “A gente está falando de amor. Cristo em momento algum proibiu nada, desde que você ame o próximo como a ti mesmo”. Ele explica que houve um rompimento com a instituição religiosa, mas não com a fé, e que a decisão ocorreu após questionamentos sobre o casamento e a proibição do matrimônio para padres.
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O ex-padre diz que a experiência religiosa e a convivência com confissões reforçaram seu entendimento de que a espécie humana não é monogâmica. “Eu, particularmente, nunca acreditei que a espécie humana seja monogâmica. Se fôssemos, nós teríamos um único relacionamento na vida. Ou seja, aquela primeira namorada seria companheira para o resto da vida. Não é o que acontece”, explica.
Natural de Campo Grande (MS), Emerson conheceu Daniela durante missões religiosas em Araçatuba. O contato se intensificou após Daniela sofrer um acidente, e o ex-padre a ajudou durante a recuperação. Mais tarde, a relação evoluiu para o casamento, enfrentando resistência familiar.
A abertura para o poliamor aconteceu após 13 anos de casamento, quando o casal decidiu incluir Camila na relação. Emerson afirma que a configuração em trisal fortalece a união, já que todos participam de decisões e conflitos. “Quando dois têm um atrito, o terceiro ajuda a mediar. É uma parceria verdadeira”, diz.
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O trisal participou do encontro em Pinhalzinho com objetivo de lutar pelo reconhecimento jurídico das famílias poliafetivas. Emerson também acredita que a experiência atual o ajuda a aconselhar casais em questões de relacionamento, oferecendo orientação baseada na vivência, diferente da postura da Igreja em relação à monogamia. “Todo mundo sabe, mas faz de conta que não sabe. Então seria muito mais fácil para o padre estar aconselhando, orientando o fiel nesse sentido”, afirma.
