
O governo da Venezuela decretou nesta segunda-feira (29) estado de exceção, medida que amplia os poderes do presidente Nicolás Maduro diante do que classifica como “agressão externa”. O anúncio foi feito pela vice-presidente Delcy Rodríguez a diplomatas em Caracas. Segundo ela, a decisão busca “garantir a defesa do país” em meio à escalada de atritos com os Estados Unidos.
A medida ocorre após maior presença militar norte-americana no Caribe. Nas últimas semanas, Washington intensificou operações navais na região sob o argumento de combate a cartéis de drogas. Em resposta, o governo Maduro comunicou a realização do exercício “Caribe Soberano 200”.
Desde agosto, a administração Donald Trump deslocou tropas e navios de guerra para o Caribe — movimento que Caracas descreve como ameaça direta à soberania venezuelana. Nesse período, os EUA também realizaram ataques contra embarcações venezuelanas acusadas de ligação com o narcotráfico; ao menos três barcos foram destruídos em ações que, segundo autoridades venezuelanas, deixaram 11 mortos. A Casa Branca nega qualquer plano de intervenção para derrubar Maduro.
Os atritos se acirraram após acusações de que o presidente venezuelano lideraria o chamado “Cartel dos Sóis”, organização criminosa associada a setores das Forças Armadas. Os EUA chegaram a oferecer US$ 50 milhões por informações que levassem à sua captura. Caracas rejeita as acusações e as classifica como parte de uma campanha de desestabilização.
Como reação, o governo colocou as Forças Armadas em alerta, convocou exercícios militares, treinamentos com armas de fogo e simulações de combate. O Palácio de Miraflores afirma que milhões de cidadãos aderiram a milícias voluntárias para reforçar a defesa territorial.
