
A Polícia Federal (PF) concluiu que não houve crime financeiro nas movimentações de R$ 30,5 milhões registradas nas contas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre 2023 e 2024. O relatório final da investigação, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), descartou indícios de corrupção, lavagem de dinheiro ou outras práticas ilícitas.
O inquérito havia sido aberto após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar operações suspeitas. Contudo, segundo a PF, os recursos tiveram origem lícita.
Dos valores analisados, R$ 19,2 milhões (63% do total) foram recebidos via Pix de cerca de 1,2 milhão de apoiadores, em mobilização para custear multas judiciais impostas a Bolsonaro. Outros R$ 8,5 milhões vieram de resgates de aplicações financeiras em renda fixa, como CDBs e RDBs.
A apuração ocorreu no âmbito de um inquérito que também investiga Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por suposta tentativa de influenciar autoridades dos Estados Unidos a aplicar sanções ao Brasil. Embora a PF não tenha identificado irregularidades nas transações financeiras, o ex-presidente permanece indiciado por coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, que decidirá os próximos passos do processo.
