A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (21) que ele recebeu a sugestão de pedir asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei, mas não levou a ideia adiante. O rascunho do documento, encontrado pela Polícia Federal (PF) no celular de Bolsonaro durante operação em 4 de agosto, foi incluído no inquérito que investiga o ex-mandatário e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

De acordo com a PF, a minuta sem assinatura seria um indício de que Bolsonaro cogitou “atos para fugir do país”. A investigação aponta ainda que a esposa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) teria redigido o texto, salvo no celular do ex-presidente em 10 de fevereiro, dois dias após a deflagração da Operação Tempus Veritatis.

O advogado Paulo da Cunha Bueno negou a intenção de fuga. “A fuga nunca foi uma opção. Depois de rejeitar a ideia do asilo, o ex-presidente não apenas permaneceu no Brasil, como compareceu a todos os atos do processo contra ele, inclusive àqueles para os quais não foi convocado”, declarou.Serviços jurídicos no Brasil

Bueno citou como exemplo a sessão em que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pelo recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). “Bolsonaro não tinha obrigação de participar, mas esteve presente”, reforçou.

Na decisão mais recente, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a defesa apresente esclarecimentos em até 48 horas sobre a minuta encontrada. Segundo o magistrado, a PF identificou intensa atividade de Bolsonaro nas redes sociais mesmo após a imposição de medidas cautelares. “Verificou-se a produção e propagação de mensagens destinadas às redes sociais, em clara afronta à medida cautelar anteriormente imposta”, afirmou Moraes.