A reunião entre o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e governadores, prevista para esta quarta-feira (30), em Brasília, foi cancelada. O encontro discutiria alternativas diante do tarifaço de 50% anunciado pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros, mas perdeu força após a negativa de participação por parte de governadores de estados que lideram as exportações ao mercado norte-americano

Entre os ausentes, estão nomes que hoje estão na oposição ao ao presidente Lula (PT), como Tarcísio de Freitas (SP), Cláudio Castro (RJ), Romeu Zema (MG) e Eduardo Leite (RS). Os quatro governam estados diretamente impactados pela medida do governo Donald Trump, mas optaram por não participar do encontro com Alckmin, indicado por Lula como principal articulador nas tratativas com os norte-americanos. Freitas, Zema e Leite, inclusive, têm planos presidenciais para 2026, assim como o governador Ronaldo Caiado (UB).

Caiado inclusive, havia confirmado presença no encontro, mesmo com suas resistências junto ao governo federal e seus planos para 2026. Ao lado de Ibaneis Rocha (MDB-DF), presidente do Fórum dos Governadores, Caiado foi um dos poucos chefes de Executivo a manter o compromisso na agenda, mas com o cancelamento, permaneceu em terras goianas.

Na véspera do encontro, enquanto cumpria compromissos na Cidade de Goiás nesta terça-feira (29), o goiano afirmou que não poderia aceitar que disputas entre o governo brasileiro e a gestão Trump resultassem em prejuízos aos estados. “Eu não fui consultado para essa queda de braço entre o presidente Lula e o governo americano. E os que mais serão penalizados serão os governadores e os prefeitos”, disse à coluna.

Caiado também havia alertado para os efeitos imediatos da taxação em Goiás. “Sinalização da queda do preço do boi. Frigoríficos cancelando abate. A crise hoje, principalmente numa das maiores indústrias de Goiás, que é a Jalles, em relação à produção do açúcar orgânico. Os produtores de tilápia, de mel, de ração pet. São várias áreas que têm na exportação para os Estados Unidos sua principal receita.”