
O jornal norte-americano The Wall Street Journal (WSJ) publicou, no domingo (27), um editorial defendendo que Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do governo Jair Bolsonaro, deveria estar em liberdade. Martins cumpre prisão domiciliar em Ponta Grossa (PR) por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), que o investiga por suposta participação em uma “trama golpista” após as eleições de 2022.
Segundo o WSJ, o tribunal brasileiro utilizou “registros falsos” do Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) dos Estados Unidos para justificar a prisão de Martins, sob alegação de risco de fuga. O editorial afirma que tais documentos, que indicariam uma entrada do ex-assessor em Orlando em 30 de dezembro de 2022, desapareceram e reapareceram do sistema do órgão norte-americano, comprometendo a defesa do investigado. “Martins deveria estar em liberdade enquanto prepara sua defesa”, diz o texto, que ainda cobra explicações do governo americano sobre o caso.
O jornal relaciona o caso à recente decisão de Donald Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, afirmando que a medida foi motivada, em parte, pelo que o ex-presidente norte-americano chamou de “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro e seus aliados. Para o WSJ, a situação “expõe a deterioração da democracia brasileira” e deveria motivar uma investigação nos EUA sobre como os registros falsos foram incluídos no sistema do CBP.
