Offline
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/9f22fe65968d79b6f45efc1523e4c4aa.png
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/80a574611830c0240c40e4d3d91929b3.png
Com popularidade em queda, Lula antecipa 13º de aposentados do INSS e libera R$ 70 bilhões na economia
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 04/04/2025 12:40
Últimas Notícias

   

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta quinta-feira (4) o decreto que antecipa o pagamento do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS, repetindo a medida adotada em 2024. A diferença? Agora o gesto vem em meio à queda consistente de popularidade do governo, e foi anunciado em um evento criado para exibir os feitos da gestão.

 

A primeira parcela será paga em abril, e a segunda, em maio — antes da tradicional liberação no segundo semestre (agosto e novembro). Segundo o governo, a antecipação deve beneficiar 35 milhões de pessoas e injetar cerca de R$ 70 bilhões na economia, num movimento considerado de impacto simbólico mais do que estrutural, já que não altera o custo fiscal total, apenas antecipa o fluxo de pagamentos.

 

 

O governo enfatiza que não há novo gasto, apenas mudança de data. Mas politicamente, a medida aparece como um respiro em meio ao desgaste — com aprovação em queda, crescimento baixo e dificuldades na articulação com o Congresso.

 

A estratégia não é nova: antecipar benefícios sociais em momentos de baixa popularidade é um expediente usado por diversos governos. Neste caso, o governo Lula tenta apresentar a medida como “compromisso com os mais vulneráveis”, enquanto, nos bastidores, o Planalto tenta conter a erosão da base social que garantiu a vitória em 2022, especialmente entre os mais pobres e os aposentados — parcela que hoje já expressa insatisfação com os rumos da economia e com a ausência de resultados concretos.

 

Além do 13º, Lula assinou ainda decreto que permite o uso de recursos do fundo social do pré-sal para o programa Minha Casa, Minha Vida, liberando R$ 18 bilhões para a política habitacional. O pacote foi apresentado como mais um gesto do governo em favor da “economia real” e da “justiça social”.

 

 

 

A divulgação dos decretos foi feita em evento com clima de vitrine política, organizado pelo governo para rebater as críticas e recuperar espaço perdido nas pesquisas. A aposta: mostrar ação, mesmo que as medidas sejam reedições ou antecipações de políticas já esperadas.

 

O Palácio do Planalto sabe que não conseguirá mudar a percepção de governo apenas com discursos, e, por isso, tenta reforçar a imagem de “presidente do povo” com gestos que impactam o cotidiano imediato de milhões de brasileiros — especialmente aposentados, que são grande parte da base eleitoral histórica do PT.

 

 

Apesar do volume bilionário, a antecipação do 13º não representa injeção adicional de recursos, nem resolve gargalos estruturais da economia. Analistas alertam que, sem crescimento real de renda ou investimentos produtivos, medidas como essa têm efeito limitado e passageiro, funcionando mais como analgesia eleitoral do que como solução de longo prazo.

 

O movimento também ocorre em meio à pressão por entregas concretas: o governo enfrenta cobranças do Congresso, insatisfação da classe média e ruído entre aliados — tudo isso com 2026 se aproximando perigosamente no retrovisor.

Comentários
Comentário enviado com sucesso!