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Empresa que causou polêmica com hino em linguagem neutra volta a ser contratada pelo PT
Por Silvio Cassiano - SiCa
Publicado em 28/03/2025 13:26
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A Zion Produções, responsável pelo ato de campanha de Guilherme Boulos (Psol) que gerou polêmica ao alterar o Hino Nacional para linguagem neutra, lidera a lista de fornecedores pagos pelo diretório nacional do PT em 2025. A informação foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo.

 

Durante o evento, realizado em agosto de 2024 na Praça do Campo Limpo, em São Paulo, uma cantora contratada pela Zion substituiu o trecho “dos filhos deste solo és mãe gentil” por “des filhes deste solo”. A apresentação, que contou com a presença de Boulos, do presidente Lula e da então candidata a vice-prefeita Marta Suplicy, foi amplamente criticada por adversários políticos.

 

 

Boulos, cujo partido defende o uso da linguagem neutra, se distanciou do episódio. Apagou os vídeos nas redes sociais, responsabilizou a produtora pela escolha da artista e rescindiu o contrato quatro dias depois. Ainda assim, a Zion recebeu R$ 720 mil ao longo da campanha.

 

Mesmo após a controvérsia, a empresa voltou a ser contratada pelo PT. Em fevereiro deste ano, organizou a festa de 45 anos do partido no Rio de Janeiro. O custo do evento foi de quase R$ 600 mil, pagos em uma única parcela. Em todo o ano, apenas dois repasses do diretório nacional superaram esse valor: um de R$ 707 mil ao Tesouro Nacional e outro de R$ 2,3 milhões à Fundação Perseu Abramo.

 

 

A Zion pertence a Warley Alves Barbosa, ex-candidato a vereador pelo Psol em 2016, que obteve apenas 24 votos e afirma ter abandonado a campanha antes da eleição. A empresa começou como microempreendimento, mas cresceu em meio às campanhas do PT. Desde 2018, atuou em diversas ações do partido, incluindo a campanha presidencial vetada de Lula, as campanhas de Fernando Haddad e Jilmar Tatto e o “Festival do Futuro”, na posse de 2022 — evento que, segundo a empresa, contou com mais de 60 artistas. O PT, por sua vez, nega ter sido o organizador, razão pela qual o evento não consta na prestação oficial de contas à Justiça Eleitoral.

 

Nos anos não eleitorais, a produtora também seguiu faturando. Em 2020, recebeu R$ 2 mil. No ano seguinte, R$ 40,9 mil. Em 2022, os contratos chegaram a R$ 533,7 mil, com foco em ações de formação política e promoção partidária.

 

 

A direção do PT justificou a continuidade da parceria com base em critérios como confiança, qualidade dos serviços e cumprimento de prazos. A Zion informou que revisou seus procedimentos após o episódio do hino. 

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