O senador Sergio Moro (União-PR) criticou o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, após ele minimizar o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2024, classificando-o como “conversa de boteco”. Em seu perfil no Twitter/X, Moro afirmou que a declaração do ministro é “desqualificada” e reflete um governo que “esvaziou o combate e a prevenção à corrupção”.
“Minha sugestão ao ministro: tenha mais humildade, fale menos e vá trabalhar”, escreveu o ex-juiz da Lava Jato.
A Transparência Internacional, responsável pelo IPC, revelou que o Brasil caiu para a 107ª posição entre 180 países, o pior desempenho do país desde o início da série histórica, em 2012. Segundo a organização, a piora no ranking reflete a falta de prioridade dada ao combate à corrupção pelo governo Lula.
O ministro da CGU contestou a metodologia do levantamento, argumentando que ele se baseia apenas na opinião de empresários e executivos, o que, segundo ele, o torna uma “pesquisa de opinião” sem base científica.
“A Transparência dizer que a percepção da população sobre corrupção aumenta porque o presidente não fala disso. De onde tiraram? O que tem de sério? É uma correlação, não tem causalidade, não tem nada, é conversa de boteco”, afirmou Carvalho em entrevista à GloboNews.
Moro, que atuou como juiz da Lava Jato e foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro, rebateu o argumento do ministro e reforçou que o ranking é reconhecido internacionalmente como o principal indicador de corrupção.
“Lula conseguiu colocar o Brasil na 107ª posição, atrás de Argentina, Colômbia, Etiópia, Senegal, Cuba e Cazaquistão. O governo não combate corrupção, apenas tenta desqualificar os dados”, afirmou.
O relatório da Transparência Internacional mostra que o Brasil está empatado com países como Argélia, Malauí, Nepal, Níger, Tailândia e Turquia, consolidando a pior posição do país desde que o índice começou a ser medido. A polêmica intensificou o embate entre governo e oposição sobre a política de combate à corrupção no país.
