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A Bombril ajuizou, nesta segunda-feira, 10, um pedido de recuperação judicial junto à 1ª Vara Regional Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 1ª Região Administrativa Judiciária de São Paulo. A medida, tomada em conjunto com outras sociedades do grupo econômico, foi autorizada pelo conselho de administração da companhia na mesma data.
“Tal medida está sendo tomada, no melhor interesse da companhia, para conduzir, de forma organizada, um procedimento abrangente de negociação com todos os interessados para adequação de sua estrutura de endividamento”, informou a empresa em fato relevante divulgado na segunda-feira.
O pedido ocorre cerca de dois anos após a Bombril descartar essa possibilidade. Em 2022, a companhia precisou recorrer a uma transmissão de direitos creditórios no valor de R$ 300 milhões, o que já sinalizava dificuldades financeiras.
A empresa afirmou que a recuperação judicial permitirá a continuidade das operações e a reestruturação do passivo com “processo célere” e “menor impacto” possível aos credores e às atividades operacionais. A iniciativa, segundo a administração, está alinhada aos esforços de gestão financeira dos últimos anos, que resultaram em trimestres consecutivos de resultados contábeis positivos.
“A companhia confia que, por meio da recuperação judicial, será possível atingir uma estrutura de endividamento saudável, que permitirá um novo ciclo de crescimento e novos investimentos, em benefício da coletividade dos stakeholders“, destacou a Bombril.
Além das dificuldades financeiras, a Bombril enfrenta contingências tributárias relevantes. A empresa é alvo de autuações da Receita Federal por suposto não recolhimento de tributos em operações com títulos de dívida estrangeiros (T-Bills), realizadas entre 1998 e 2001 pelo grupo italiano Cragnotti & Partners, então controlador da companhia. Os processos judiciais somam aproximadamente R$ 2,3 bilhões.
Diante de uma recente decisão judicial desfavorável, a diretoria da Bombril reavaliou os riscos de perda e os impactos da questão na sua capacidade financeira. Segundo a empresa, há preocupação com a percepção do mercado sobre sua adimplência, o que poderia afetar relações comerciais e acelerar o vencimento de dívidas. Como resultado, a administração decidiu pelo reconhecimento contábil dos valores discutidos nos processos e pela adoção de medidas cabíveis para enfrentar a situação.
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