No Estadão Analisa desta quinta-feira (6), o colunista Carlos Andreazza analisou as diretrizes econômicas do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para os próximos dois anos e destacou a falta de prioridades claras na estratégia apresentada pela equipe econômica.
Segundo Andreazza, o pacote de 25 propostas reflete mais um problema de direcionamento do que um plano concreto. “Quem tem 25 prioridades não tem nenhuma”, afirmou, apontando a dificuldade de negociação com o Congresso, já que 15 dessas propostas dependem de aprovação parlamentar.
A nova agenda econômica, segundo o colunista, segue o mesmo caminho do pacote fiscal do governo, que gerou expectativa, mas acabou frustrando o mercado, sendo apelidado de “pacotinho” pela falta de impacto efetivo.
Arcabouço fiscal sem corte de gastos
Entre os principais pontos da agenda, está o fortalecimento do arcabouço fiscal, com a promessa de garantir crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), inflação controlada e estabilidade da dívida pública. No entanto, Andreazza destacou que a proposta não menciona medidas concretas de contenção de gastos, o que levanta dúvidas sobre sua viabilidade.
“O fortalecimento do arcabouço não passa, nem superficialmente, por medidas de corte de gastos”, criticou o colunista, sugerindo que a ausência de um compromisso com a responsabilidade fiscal pode comprometer a confiança do mercado e dificultar a execução da estratégia econômica do governo.
Com um cenário desafiador e uma lista extensa de propostas, Andreazza questionou se o governo conseguirá avançar com sua agenda econômica sem ajustes mais concretos e sem uma negociação eficiente com o Congresso.