A oposição alcançou o apoio de 130 deputados para um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Liderada pelo deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), a iniciativa acusa o governo de cometer uma “pedalada fiscal” ao bloquear recursos do programa Pé-de-Meia, no valor de mais de R$ 6 bilhões. A medida, já alvo de bloqueio pelo Tribunal de Contas da União (TCU), é contestada judicialmente pelo governo, que busca reverter a decisão.
O grupo que apoia o pedido inclui parlamentares de partidos da base do governo, como União Brasil, PSD, PP, MDB e Republicanos. No entanto, a maioria dos signatários é do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Deputados do Podemos, Cidadania, Novo, PRD e PSDB, bem como representantes das bancadas evangélica e do agronegócio, também assinaram a lista.
Apesar do número expressivo de adesões, o pedido ainda não foi protocolado oficialmente, e o andamento do processo depende exclusivamente do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que assumiu o cargo no último sábado (1º). Motta terá a responsabilidade de decidir se aceita dar prosseguimento ao pedido ou se o arquivará.
O cenário atual remete ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que avançou após o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, permitir a tramitação do processo. Naquela ocasião, Dilma enfrentava alta rejeição popular, com apenas 10% de aprovação.
Nesta segunda-feira, Hugo Motta reuniu-se com o presidente Lula e, segundo fontes próximas, indicou disposição para dialogar com o governo. Contudo, ainda não há sinalizações concretas sobre sua decisão quanto ao pedido de impeachment.