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Zuckerberg acusa agências de checagem de “destruir a verdade”, especialmente nos EUA
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Publicado em 08/01/2025

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou nesta terça-feira, 7, uma reestruturação das políticas de moderação de conteúdo nas plataformas da empresa, incluindo o fim do programa de checagem de fatos iniciado em 2016. A decisão marca um reposicionamento estratégico da companhia, que busca priorizar a liberdade de expressão e reduzir o controle excessivo sobre publicações.

 

Zuckerberg classificou a mudança como um retorno às “raízes da livre expressão” nas redes sociais. “Os verificadores de fatos se tornaram enviesados e, em muitos casos, destruíram mais confiança do que criaram. É hora de permitir que a comunidade desempenhe um papel maior na autorregulação do conteúdo”, afirmou em um vídeo divulgado no Instagram.

 

 

A Meta substituirá o programa de checagem de fatos por um modelo semelhante ao Community Notes, adotado pelo X (antigo Twitter). Essa ferramenta permite que os próprios usuários adicionem notas explicativas ou corrijam informações enganosas em postagens.

 

“Nosso sistema de moderação chegou a um ponto em que muitos erros estão sendo cometidos, com postagens legítimas sendo censuradas”, explicou Zuckerberg. “Vamos focar em reduzir essas falhas e restaurar o equilíbrio entre segurança e liberdade de expressão.”

 

 

Entre outras medidas, a Meta também simplificará políticas relacionadas a temas sensíveis, como imigração e gênero, e transferirá suas equipes de moderação de conteúdo dos EUA da Califórnia para o Texas, com o objetivo de minimizar suspeitas de viés político nas decisões.

 

A mudança coincide com a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Zuckerberg revelou que trabalhará com a nova administração republicana para enfrentar o que chamou de “tendências globais de censura”.

 

 

“A única maneira de resistir a essa tendência é com o apoio do governo americano. Nos últimos anos, até os Estados Unidos pressionaram por mais censura, o que incentivou outros governos a fazerem o mesmo. Agora temos a oportunidade de restaurar a liberdade de expressão”, declarou.

 

O executivo criticou a Europa, que segundo ele criou um “ambiente hostil à inovação” ao institucionalizar leis de censura, e apontou possíveis abusos de “tribunais secretos” na América Latina. Embora não tenha mencionado diretamente o Brasil, as declarações geraram interpretações de que se referia a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente as lideradas pelo ministro Alexandre de Moraes, sobre a remoção de conteúdos online.

 

 

Desde a vitória de Trump, a Meta tem adotado medidas para fortalecer sua relação com o futuro governo. A empresa doou US$ 1 milhão para apoiar a posse do presidente eleito e promoveu Joel Kaplan, um conservador de longa data, a um cargo estratégico de liderança. Dana White, chefe do UFC e aliado de Trump, também foi nomeado para o conselho da companhia.

 

 

Zuckerberg reconheceu o desafio: “A realidade é que há uma troca. Vamos detectar menos conteúdos problemáticos, mas também reduzir erros que afetam pessoas inocentes.”

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