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O Dia Mundial da Doação de Leite Humano, celebrado hoje (19), tem o objetivo de conscientizar a respeito da importância desse gesto. O leite materno pode salvar vidas de bebês que, por algum motivo, não puderam ser alimentados por suas mães.
A empresária Daniella Doca Scalla relembra a dificuldade que teve com a amamentação no nascimento do filho, Francisco. “Meu sonho era amamentar mas quando meu filho nasceu, veio a frustração. Meu leite não descia, estava empedrado. Os primeiros dias foram muito difíceis tanto pra mim como pra ele”, conta.
A solução veio com a ajuda de uma prima, que na época amamentava a filha, então com seis meses. “Ela ofereceu para me ajudar com a pega do meu bebê. Me ensinou a massagear o peito até que o meu leite descesse. Esse tipo de ajuda, de orientação, é muito importante, no início a gente fica muito perdida. Meu leite desceu e o Francisco mamou tanto que dormiu mais de hora, um sono leve, tranquilo. Antes ele não estava conseguindo nem dormir. Foi um alívio pra nós”, relembra a empresária.
Mas quem não consegue amamentar de forma alguma, pode contar com os bancos de leite. Daí a importância das doações. Com a maior e mais complexa rede de bancos de leite do mundo, o Brasil se tornou referência internacional por utilizar métodos que aliam baixo custo e alta tecnologia. Em Goiânia, por exemplo, o banco de leite do Hospital Materno Infantil é referência para outras unidades da Rede Estadual de Bancos de Leite.
Dados do Ministério da Saúde apontam o leite materno como um forte aliado no combate à mortalidade infantil. Só na última década, a taxa caiu praticamente pela metade no país. E diversos estudos já correlacionam a amamentação com o menor risco das crianças desenvolverem alergias e outras doenças no futuro.
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O obstetra Diego Rezende explica que o leite humano é um alimento completo, não necessitando de nenhum acréscimo até os 6 meses de idade. “Ele tem a concentração adequada de todos os nutrientes que a criança precisa, de forma exclusiva, até o sexto mês de vida. É um alimento que permite a redução na incidência da icterícia e protege a criança contra infecções, por exemplo, já que é riquíssimo em anticorpos e atua também nas questões relacionadas à imunidade”, diz.
É importante ressaltar que, além do bebê, a amamentação também é benéfica para a mãe. O contato pele a pele aumenta o fluxo de ocitocina no corpo, o conhecido “hormônio do amor” que tem efeito antidepressivo.
“Falando nos benefícios maternos, sabemos que o aleitamento fortalece o vínculo afetivo entre mãe e bebê, facilita o retorno do útero ao seu tamanho normal no pós-parto, reduzindo o risco de hemorragias. Além disso funciona, mesmo que de forma não totalmente eficaz, para aumentar o intervalo entre as gestações atuando como método contraceptivo por conta do bloqueio na ovulação que o aleitamento gera, se for feito até o sexto mês”, explica Diego.
Hoje Daniella relembra, emocionada, como foi importante ter alguém para orientá-la na amamentação. Na época, como forma de gratidão, ela se tornou doadora. “Eu agradeci muito a minha prima pela solidariedade que ela teve comigo e com o meu filho. Mas eu queria fazer mais. Então fui atrás de informações e virei doadora no Materno Infantil. Meu filho foi salvo, de alguma forma, e eu queria fazer o mesmo por outras mães e bebês. É tão simples, você vai doar de acordo com o tempo que você tem. E o seu tempo e seu gesto podem mudar o destino de um bebê e de uma família”, ressalta.
Para ser doadora a mulher precisa estar saudável e não tomar nenhum tipo de medicamento que interfira na amamentação. O leite doado nos bancos de leite também.
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