Offline
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/9f22fe65968d79b6f45efc1523e4c4aa.png
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/80a574611830c0240c40e4d3d91929b3.png
Veneno de cobra brasileira inibe reprodução do coronavírus em células de macaco
Ciência e Tecnologia
Publicado em 06/09/2021

Pesquisadores brasileiros descobriram que uma molécula encontrada no veneno de uma espécie de cobra inibiu a reprodução do Sars-CoV-2 em células de macaco.

 

Um estudo publicado na revista científica Molecules neste mês revelou que a molécula produzida pela serpente jararacuçu inibiu a capacidade do vírus de se multiplicar em células de macaco em 75%.

 

“Conseguimos mostrar que esse componente do veneno da cobra inibiu uma proteína muito importante do vírus”, disse Rafael Guido, professor na Universidade de São Paulo e um dos autores do estudo.

 

A molécula é um peptídeo, ou cadeia de aminoácidos, capaz de se conectar a uma enzima do Sars-CoV-2 chamada PLPro, que é vital para a reprodução do vírus.

 

Já conhecido por suas qualidades antibacterianas, o peptídeo pode ser sintetizado em laboratório, disse Guido, tornando desnecessária a captura ou a criação de cobras.

 

“Temos medo de as pessoas saírem caçando jararacuçus pelo Brasil, pensando que vamos salvar o mundo. Não é isso”, disse Giuseppe Puorto, herpetologista que dirige a coleção do Instituto Butantã em São Paulo. “Não é o veneno que cura o coronavírus.”

 

Não existe uma cura para a Covid. A prevenção da doença, porém, passa pela vacinação coletiva em curso no país.

A seguir, pesquisadores vão avaliar a eficiência de diferentes doses da molécula e se ela é capaz de evitar que o vírus entre nas células para começar, segundo nota da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo), que também participou da pesquisa.

 

Ainda não há prazo para testes em células humanas.

 

A jararacuçu é uma das maiores serpentes do Brasil, chegando a 2 metros de comprimento. Ela vive na mata atlântica costeira e também é encontrada na Bolívia, no Paraguai e na Argentina.

FolhaPress

Comentários
Comentário enviado com sucesso!