Goiânia será palco de mais um movimento contra o presidente Jair Bolsonaro. Organizada pelo Fórum Goiano em Defesa de Direitos, Democracia e Soberania, a carreata pró-impeachment vai ocorrer na tarde desta sexta-feira (22). Entre as pautas estão o colapso na saúde, falta de oxigênio hospitalar em Manaus e atraso na aquisição das vacinas contra a Covid-19 e de seus insumos, como seringas e agulhas.
Segundo nota pública divulgada pelo Fórum, o movimento terá concentração a partir das 14h, na Praça Universitária. A carreata deve passar pelas principais avenidas da cidade, com encerramento em ato político-cultural na Praça Cívica, no Centro de Goiânia. O ato inaugura o calendário de manifestações que devem ocorrer a nível nacional nas próximas semanas.
Ainda conforme o texto, o movimento defende a saúde e educação pública, o Sistema Único de Saúde (SUS), a ciência e pesquisa, além de serviço público de qualidade e vacina contra a Covid-19. O protesto será feito em forma de carreata para evitar aglomerações. A recomendação é que os manifestantes fiquem nos veículos e utilizem máscara de proteção.
“São inadmissíveis as notícias do colapso na saúde e falta de oxigênio em Manaus, e o atraso na aquisição das vacinas e de seus insumos como seringas e agulhas, sem qualquer plano sério de imunização e coordenação das ações públicas no Brasil”, diz trecho.
O Fórum ressalta, ainda, que o país começou 2021 ocupando o 2º lugar no ranking mundial de mortos pela doença, com 200 mil óbitos em todo o território brasileiro. “Mesmo assim o presidente insiste em desdenhar da gravidade da doença, sendo reconhecido internacionalmente como o pior presidente na pandemia. Incompetência! Irresponsabilidade! Desumanidade! Necropolítica! Genocídio!”, finaliza a nota.
Polêmicas
A crise por falta de oxigênio hospitalar no Amazonas e Pará aumentou a tensão entre críticos do governo federal. Além disso, Jair Bolsonaro protagonizou polêmicas envolvendo a vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Na última semana, o presidente chegou a ironizar a eficácia de 50,38% da vacina e disse que “a verdade está aparecendo”.
No início de janeiro, o presidente suspendeu a compra de seringas e agulhas, após afirmar que fabricantes aumentaram os preços dos itens. À época, ele disse que estados e municípios tinham estoque suficiente do material para o início da vacinação.
Antes disso, em outubro de 2020, Bolsonaro disse que não compraria a Coronavac, pois “o povo brasileiro não seria cobaia”. Um dia depois, na quinta (22), ele disse que, independente de autorização da Anvisa, não iria adquirir a vacina, pois existe “descrédito muito grande” em relação ao imunizante. No dia seguinte, a Anvisa autorizou a compra do imunizante, mesmo após o veto do presidente.
Jessica Santos
Do Mais Goiás | Em: 22/01/2021 às 11:58:43