Homem é suspeito de matar mulher a socos em Brasília, na madrugada desta segunda-feira (21). Luciane Simão Silva, 42 anos, vivia um relacionamento abusivo com o suspeito do crime, Rondinele Fereira da Silva, 34, muito antes do desfecho trágico.
As agressões aconteceram na rua, perto da casa da vítima na quinta-feira (17). Os familiares de Luciane a levaram ao hospital Prontonorte, para receber atendimento médico. A mulher foi liberada no sábado (19), mas o irmão de Luciane percebeu que o rosto dela apresentava inchaço além do comum e retornou com a vítima para a unidade médica. Novamente, Luciane teve que ser internada, mas não resistiu às agressões e morreu.
A família procurou a Polícia Civil para registrar o caso. O autor foi preso quando passeava em um shopping da cidade. De acordo com a delegada adjunta Ágata Braga, o agressor será indiciado por feminicídio.
“Logo deveremos relatar o inquérito com o indiciamento, pois não resta dúvida de que ele a matou em decorrência do espancamento”, disse a delegada.
O casal estava junto há oito anos, segundo informações de familiares e durante o relacionamento a mulher era proibida de trabalhar, estudar ou frequentar a academia. Quando saía, era monitorada e qualquer tentativa de enfrentar o parceiro resultava em sessões de enforcamento ou socos nos olhos e nas costelas.
Relacionamento abusivo
Em 20 de maio de 2017, após ser agredida, ela ultrapassou as barreiras do medo, decidiu romper a relação abusiva e registrou ocorrência na 13ª Delegacia de Polícia, em Sobradinho. A mulher contou aos policiais detalhes das agressões que havia sofrido naquela noite.
De acordo com o boletim, Rondinele teria ficado descontrolado devido ao fato de a companheira ter insistido em conversar com a irmã e alguns amigos na frente de casa. Na ocasião, Luciane revelou que o homem era ciumento, machista e o temperamento explosivo dele foi motivo de várias discussões entre o casal.
Em quase todas as brigas, o homem fazia ameaças dizia que a companheira seria morta caso ela procurasse a polícia. Por volta das 22h, Luciane insistiu em permanecer do lado de fora de casa e, por isso, foi enforcada e recebeu um forte soco no rosto, o que a deixou com um hematoma ao redor do olho. Assustada e cansada de ser espancada, Luciane pediu medida protetiva. A Justiça determinou que o agressor deixasse a residência e não se aproximasse mais da vítima.
Porém, o casal, que tinha um filho de 10 anos, acabou se reconciliando, mas a rotina de brigas e espancamentos, infelizmente, só teve fim quando a vítima morreu.
O Mais Goiás não teve acesso ao contato da defesa do suspeito, porém, o espaço continua aberto.
É importante ressaltar que qualquer tipo de violência contra a mulher pode ser denunciada através do número 180.
*Com informações do Metrópoles