A Justiça de Goiás manteve suspensa a investigação contra o padre Robson acerca do suposto desvio de doações de fiéis à Associação Filhos do Divino Eterno (Afipe). Nesta terça-feira (27), os desembargadores da 1ª Turma da Câmara Criminal de Goiânia mantiveram, por unanimidade, o entendimento de que não há crime e, por isto, o Ministério Público (MP) não poderá continuar as apurações.
As investigações contra o religioso e as entidades foram trancadas no último dia 6 de outubro, após pedido de habeas corpus da defesa de padre Robson. O MP interpôs recurso e a Justiça determinou a manutenção do trancamento. O órgão investigava o padre e as Afipes por suposta apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e sonegação fiscal. Ele sempre negou os crimes.
Em entrevista ao Mais Goiás, o advogado do religioso, Pedro Paulo, disse que recebe a decisão com tranquilidade e alegria “ao ver a verdade sendo, mais uma vez, restabelecida”. Segundo ele, apesar da pressão do Ministério Público e de falsas informações veiculadas pela mídia, “a Justiça foi fiel à Lei e à Constituição, já que não houve qualquer irregularidade do padre Robson à frente da entidade”.
Ainda conforme a defesa, os desembargadores reconheceram que o destino dos ativos da Afipe é assunto interno da entidade e não compete ao Ministério Público investigar. “Inventaram, inclusive, que houve transferência de milhões, mas a defesa demonstrou que ocorreu um erro de digitação, que o MP tentou fazer parecer que era crime”, disse.
Por fim, o defensor afirmou que o padre está feliz “com a verdade restabelecida”. O religioso aguarda que a igreja católica e a Associação designem quais serão os próximos passos.
O Ministério Público pode recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A reportagem entrou em contato com o órgão em busca de um posicionamento e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.
Jessica Santos
Do Mais Goiás | Em: 27/10/2020 às 21:52:35