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Causa de queda que matou amigas em cachoeira é apurada pela Polícia de SC
Polícia
Publicado em 16/09/2020

As amigas Bruna Rafaela Vellasquez, de 18 anos, e Monique Medeiros de Almeida, de 19, que morreram após caírem de uma cachoeira de 30 metros, teriam se desequilibrado ao tentar fazer uma foto, acredita um familiar. O acidente aconteceu nesta segunda-feira (14) em Lages (SC). A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte e verificar a possibilidade de crime.

 

Elas estavam acompanhadas de outros dois amigos. O grupo saiu para aproveitar o último fim de semana das primeiras férias de Monique como profissional — ela cursava enfermagem e trabalhava como secretária administrativa em uma hamburgueria de Lages. Bruna era maquiadora.

 

Segundo a 5ª Companhia do Batalhão de Aviação de Lages, que participou da ocorrência, as amigas “estavam na beirada da cachoeira”, quando uma das jovens escorregou e a outra tentou ajudá-la, mas acabou se desequilibrando e caindo junto com a amiga na parte inferior da cachoeira.

 

Bruna morreu antes da chegada do resgate. Monique ainda foi retirada com vida do local do acidente, mas não resistiu a caminho do hospital. “O que sabemos é que elas saíram com este grupo de amigos. As duas estavam tentando tirar fotos no alto desta cachoeira. Uma escorregou e a outra tentou ajudar, mas acabou caindo junto”, comentou Eduardo Vallasquez, irmão de Bruna, de 27 anos. Os dois corpos foram enterrados em Lages.

 

Monique celebrava as primeiras férias

Estudante de enfermagem, a jovem Monique estava no primeiro emprego de carteira assinada após completar os 18 anos. Ela começou como operadora de caixa em uma hamburgueria, mas foi deslocada para a função de secretária administrativa após revelar ao chefe que tinha o sonho de cursar medicina.

Estudante de enfermagem, a jovem Monique estava no primeiro emprego de carteira assinada após completar os 18 anos (Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal)

 

Estudante de enfermagem, a jovem Monique estava no primeiro emprego de carteira assinada após completar os 18 anos (Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal)

 

“Ela entrou aqui muito jovem, com 18 anos, e ficou por muito tempo no caixa, sempre muito atenciosa e esforçada. Nunca faltou no emprego e neste ano revelou que gostaria de fazer cursinho preparatório para entrar em medicina. A chamei para o setor administrativo para ela ter mais tempo de estudar”, relatou Dmitri Arruda, de 27 anos, amigo e proprietário do estabelecimento onde a jovem trabalhava.

 

Monique retornaria ao trabalho amanhã. Muito querida pelos colegas de trabalho, o estabelecimento não abriu as portas ontem em luto à funcionária. O UOL não conseguiu contato com a família da jovem.

 

Bruna vivia sonho de ser maquiadora

A jovem Bruna Vellasquez completaria 19 anos em 28 de setembro. Era considerada por parentes como uma pessoa de alto astral. Após terminar o ensino médio, ela fez cursos de estética para ganhar o próprio dinheiro. Com a divulgação dos serviços nas redes sociais, estava conseguindo fazer a renda e ajudar em casa.

"A Bruna era bem alegre", lembra o irmão da maquiadora, Eduardo Vellasquez (Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal)

“A Bruna era bem alegre”, lembra o irmão da maquiadora, Eduardo Vellasquez (Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal)

 

“A Bruna era bem alegre. A todo momento gostava de sair para viajar. Era movida assim. Gostava muito de maquiagem, fez bastante curso e adorava mexer com isso. As redes sociais dela eram sempre abastecidas com os serviços que fazia”, comentou Eduardo Vellasquez, irmão da maquiadora.

 

O modo alegre de ser da jovem era uma de suas principais marcas — e o motivo porquê era tão querida pelos familiares. “É um momento muito difícil para a família. Pessoas que nunca vi chorar se emocionaram ontem. A Bruna sempre transmitia muita paz e demonstrava ser bastante parceira de suas amizades e dos familiares”, complementou a prima Emilly Vellasquez.

 

Polícia abre inquérito para saber causas do acidente

A 3ª Delegacia Regional de Lages instaurou inquérito para saber as causas da morte das amigas na cachoeira. A princípio, a Polícia Civil acredita que o caso tenha sido uma fatalidade.

 

“Toda morte que destoa da normalidade é investigada, isso é de praxe. Por mais que estas mortes, a princípio, não tenham contornos de uma prática criminosa, é importante abrir o inquérito policial para saber se houve crime e se tem autor. Formalizamos a investigação por uma questão de cautela, mas a princípio se mostra uma fatalidade”, explicou o delegado Fabiano Schimdt.

 

Os amigos que estavam com Bruna e Monique deverão ser ouvidos, ainda com data a ser definida pela Polícia Civil.

 

O local onde as jovens morreram é de difícil acesso, sendo possível chegar somente por meio de trilha. A visitação da cachoeira é proibida por não haver proteção adequada.

 

No dia do acidente, as vítimas compartilham uma foto dentro de um carro, na estrada, possivelmente a caminho da cachoeira. Posteriormente, uma das pessoas que foi marcada na publicação das vítimas também divulgou uma foto de um grupo. No clique, é possível ver duas pessoas sentadas em uma parte mais alta, enquanto outras pessoas aparecem na parte inferior do local.

 

Do FolhaPress | Em: 16/09/2020 às 09:13:40

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