Oito policiais militares foram condenados pelos crimes de tortura, morte e ocultação de cadáver de Pedro Henrique Rodrigues, de 22 anos. O crime aconteceu em 2018 durante uma ação policial, em Goiânia.
Os policiais condenados são: Waldeir da Silva Arantes Júnior, Jânio Sousa Vasconcelos de Lima, Alexandre Barreto de Oliveira, Danilo da Silva Andrade, Fabrício Araújo Farias, Luiz Fernando Mesquita de Camargo e Raffael Barbosa de Oliveira e Rafael Batista de Souza da Conceição.
Em nota, a Polícia Militar (PM) disse ao Mais Goiás que não comenta decisões judiciais, e que cumprirá na íntegra tudo aquilo que for determinado pelas autoridades competentes.
Crime
De acordo com o processo, em 15 de agosto de 2018 os militares fizeram a prisão de um homem e apreenderam um adolescente por estarem em um carro roubado. Porém, ao invés da prisão em flagrante, os policiais começaram a fazer “busca de situações ilícitas com diversas diligências irregulares”.
Eles foram em duas casas à procura de outros envolvidos e materiais ilícitos, mas nada foi achado. Os suspeitos foram levados a uma chácara, “onde, com emprego de violência e ameaça, os obrigaram a fornecer o endereço de alguém da região que possuísse arma de fogo”.
Foi então que o jovem deu o endereço de Pedro Henrique. Os policiais invadiram a casa e encontraram o jovem dormindo com a esposa. Na residência também estava a sogra e dois filhos do casal.
Porém, nada ilícito foi encontrado. Foi então que parte dos policiais começou a torturar Pedro Henrique, enquanto os outros vigiavam o restante da família e dois suspeitos.
Segundo a denúncia, o jovem sofreu com “pisões, socos, afogamentos e choques elétricos, exigindo que este entregasse uma suposta arma de fogo”. Os policiais perceberam que Pedro estava morto, e tentaram reanimá-lo, mas, sem êxito, decidiram colocá-lo em uma das viaturas dizendo que o levariam para um hospital. Nem vítima nem o corpo foram encontrados.
Penas
Waldeir da Silva foi condenado a 17 anos de prisão por tortura que resultou em morte e ocultação de cadáver. Jânio Sousa e Alexandre Barreto foram a 12 anos e 6 meses por tortura que resultou em morte.
Já Rafael Batista foi condenado a 2 anos e 8 meses em regime aberto e vai poder aguardar o recurso em liberdade. Fabrício Araújo, Danilo da Silva, Luiz Fernando Mesquita e Raffael Barbosa foram condenados a 1 ano em regime aberto, mas as penas foram suspensas mediante cumprimento de medidas condicionais, como não viajar.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) informou em nota ao Mais Goiás, que recorreu da decisão. Segundo o MP, algumas penas não estão adequadas à gravidade do crime.
O MPGO exemplificou que a ocultação de cadáver teve uma pena média, desconsiderando a gravidade imensa, pois até hoje o corpo não foi encontrado. “Ademais, entende-se que, não apenas os subordinados devem perder suas patentes, mas também os oficiais que comandaram a operação e são tão responsáveis quanto os executores.”, afirmou a nota.
O Mais Goiás não conseguiu falar com a defesa dos policiais condenados, todavia o espaço continua aberto.
*Com informações do G1
Da Redação
Do Mais Goiás | Em: 09/06/2020 às 18:37:44