A Polícia Civil do Distrito Federal indiciou três pessoas acusadas de agredirem profissionais de enfermagem no dia1º de maio. Foram indiciados Sabrina Nery Silva, Marluce Carvalho de Oliveira Gomes e Renan da Silva Sena. Renan é ex-funcionário do Ministério dos Direitos Humanos e também participou de protesto contra o Supremo Tribunal Federal com expressões ofensivas à corte.
No fim de abril, ele gravou vídeos de divulgação, ao lado da empresária Marluce Carvalho, de Palmas (TO), convocando para o “Acampamento Patriota”, uma vigília na Esplanada exigindo a renúncia do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação foi divulgada pela Organização Nacional dos Movimentos (ONM).
O termo circunstanciado com os indiciamentos foi enviado ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
Após a confusão no dia 1º de maio, a PGR Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou para o Ministério Público Federal na primeira instância um pedido de investigação contra Renan.
O pedido de investigação cita também a necessidade de apurar informação veiculada pelo “UOL” segundo a qual o homem seria funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, mas não exerce mais suas atividades no ministério desde março.
O ofício da PGR aponta que os fatos são “de inegável gravidade” e podem ser enquadrados em crimes da Lei de Segurança Nacional e crimes contra a administração pública. O documento é assinado pelo procurador João Paulo Lordelo, membro da assessoria especial do procurador-geral da República Augusto Aras, e foi destinado ao chefe da Procuradoria da República no Distrito Federal, Cláudio Drewes, que distribuirá a investigação para algum membro da Procuradoria. O caso deve correr em primeira instância porque o homem não possui foro privilegiado.
Investigação no STF
No último dia 20, o STF autorizou abertura de inquérito pela PGR para investigar a organização das manifestações antidemocráticas em Brasília. A abertura do inquérito foi autorizada pela Corte após a participação de Bolsonaro em manifestação pelo fechamento do Congresso, em frente ao QG do Exército no dia 19.
A investigação mira, além de lideranças dos movimentos de rua, deputados bolsonaristas que participaram dos atos, como Cabo Junio Amaral (PSL-MG) e Daniel Silveira (PSL-RJ). Sem máscara, descumprindo também recomendações de isolamento social, Silveira circulou entre manifestantes e posou com uma faixa com a inscrição “Fora, Maia!”.
Do Agência O Globo | Em: 30/05/2020 às 10:07:43