Um detento da Penitenciária Odenir Guimarães (POG) foi diagnosticado com covid-19, no último domingo (17). Três agentes penitenciários já haviam sido diagnosticados com a doença e foram afastados. A preocupação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é que o Estado perca o controle sobre a doença na unidade prisional.
De acordo com informações da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), o detento V.V.G. está em isolamento. Ele teria sido contaminado fora do sistema prisional. Após ter sido retirado da unidade do semiaberto e escoltado para atendimento hospitalar por ferimentos durante tentativa de fuga.
Ele está internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) na enfermaria com respiração espontânea e sem sedação. Segundo o boletim médico do paciente, o estado geral de saúde dele é estável. Ele permanece no hospital apenas para isolamento.
Três servidores também foram diagnosticados com a doença. Segundo a DGAP, dois deles apresentaram sintomas de covid-19 e um está assintomático. Todos foram afastados do trabalho.
No início de abril, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) chegou a afastar 36 servidores da pasta após constatar que três haviam sido infectados pelo coronavírus, um deles era um agente prisional.
Impedimento
O advogado, membro da comissão de direito penitenciário da OAB, Piterson Maris, receia que possa haver mais contaminados no sistema prisional goiano. Ele diz que o Estado está barrando não só a entrada de familiares, mas de defensores e membros da Ordem dos Advogados.
Segundo Maris, a contaminação de um detento, e dos agentes penitenciários, mostra que houve falta de cuidado com os protocolos por parte do Estado. “Nem em estado de guerra há previsão para que se impeça advogados entrarem em contato com seus clientes. Não sabemos como está ao certo a situação lá dentro”, afirma.
A Superintendência de Segurança Penitenciária Penitenciária (Susepe) da Dgap informou, por meio de nota, que, em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), estão sendo instalados equipamentos de interfones em unidades prisionais de todo o Estado, para garantia da assistência jurídica aos presos, dado o momento de enfrentamento à pandemia da covid-19, tendo em vista à suspensão da entrada de visitas aos estabelecimentos penais, pautadas em normativas da instituição, em obediência a decretos do Estado de Goiás.
A DGAP afirma ainda que manifestações de advogados devem ser protocoladas oficialmente junto à instituição para que o órgão possa analisar a denúncia e tomar as devidas providências, caso necessário.
Eduardo Pinheiro
Do Mais Goiás | Em: 22/05/2020 às 12:06:48
