
Resolução endossa cessar-fogo, força de estabilização e estrutura de transição para o território
O Conselho de Segurança da ONU aprovou, nesta segunda-feira (17), a resolução apresentada pelos Estados Unidos que apoia o plano do presidente Donald Trump para encerrar a guerra na Faixa de Gaza e autoriza a criação de uma força internacional de estabilização. O texto recebeu 13 votos favoráveis e duas abstenções, de Rússia e China.
Israel e Hamas já haviam concordado com a primeira fase do plano de 20 pontos — que prevê cessar-fogo e acordo para libertação de reféns —, mas a aprovação da ONU é considerada essencial para dar legitimidade ao novo órgão de governança de transição e tranquilizar países que estudam enviar tropas ao território.
O documento estabelece que os Estados-membros poderão integrar o “Conselho de Paz”, estrutura responsável por supervisionar a reconstrução e a recuperação econômica de Gaza. A resolução também autoriza a força internacional encarregada da desmilitarização do território, com medidas de desarmamento e destruição de infraestrutura militar. O plano de Trump foi anexado integralmente ao texto.
A Rússia havia indicado possível veto, mas optou por se abster, permitindo a aprovação. A Autoridade Palestina declarou apoio à resolução na sexta-feira.
A medida gerou reação em Israel por mencionar a possibilidade futura de um Estado palestino. O texto aponta que “as condições poderão finalmente estar estabelecidas para um caminho credível rumo à autodeterminação e à formação de um Estado palestino”, após reformas da Autoridade Palestina e avanço da reconstrução.
O documento afirma ainda: “Os Estados Unidos estabelecerão um diálogo entre Israel e os palestinos para chegar a um acordo sobre um horizonte político para uma coexistência pacífica e próspera”.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reiterou no domingo (16) que Israel não aceita a criação de um Estado palestino e prometeu desmilitarizar Gaza “do jeito fácil ou do jeito difícil”.
O Hamas, por sua vez, se recusou a entregar as armas. Em comunicado divulgado no domingo, um grupo de facções lideradas pelo Hamas classificou a resolução como um passo perigoso e acusou a proposta de servir aos interesses de Israel.
