
Operação ocorreu por ordem do presidente Lula e envolveu jato da Força Aérea Brasileira com seis militares
Por ordem do presidente Lula (PT), a Força Aérea Brasileira (FAB) gastou R$ 345 mil em uma operação para trazer ao Brasil a ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada por corrupção no seu país.
A informação foi confirmada pelo Ministério da Defesa em resposta ao Requerimento de Informação (RIC) 5716/2025, apresentado pelo deputado Marcel van Hattem (Novo-RS).
Segundo o documento, a missão ocorreu entre os dias 15 e 16 de abril de 2025, utilizando um jato E-135 Shuttle (VC-99C), matrícula FAB 2560, que partiu de Brasília com escalas técnicas em Cuiabá antes de chegar a Lima.
O custo total de R$ 345.013,56 envolveu R$ 318.009,20 em logística — incluindo combustível, manutenção e horas de voo —, R$ 7.547,62 em diárias da tripulação e R$ 19.456,74 em taxas aeroportuárias.
A equipe responsável pela operação foi composta por seis militares: três pilotos, um mecânico e dois comissários.
A solicitação do transporte, conforme a FAB, partiu diretamente do Palácio do Planalto via Ministério das Relações Exteriores, sem estimativa prévia de custos, com base no Decreto nº 11.676/2023.
“Gastaram R$ 345 mil do dinheiro do povo para usar um FAB como Uber para buscar uma corrupta condenada no Peru. É um escândalo”, criticou van Hattem.
Asilo diplomático
As informações foram divulgadas poucos dias após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que, na terça-feira (10), anulou provas obtidas contra Heredia em investigações da Lava Jato envolvendo os sistemas Drousys e My Web Day, utilizados pela empreiteira Odebrecht para organizar pagamentos de propina.
Com a medida, qualquer compartilhamento de provas com autoridades peruanas está proibido em território nacional.
Desde abril de 2025, Nadine está no Brasil, onde solicitou asilo diplomático. Ela e o ex-presidente peruano Ollanta Humala foram condenados a 15 anos de prisão no Peru por lavagem de dinheiro e recebimento de recursos ilícitos durante a campanha eleitoral de 2011, em caso que envolveu a construtora brasileira.
